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domingo, 24 de janeiro de 2016

Ponte dos Espiões

Quando o assunto é história, o diretor e produtor Steven Spielberg se encarrega de alcançar a perfeição. Foi assim com ‘A Lista de Schindler’ (1993), 'O Resgate do Soldado Ryan' (1998), 'Munique' (2005) e o mais recente 'Cavalo de Guerra' (2011). Sendo assim, Spielberg merece um dez nessa matéria, porque com um blockbuster sobre a Guerra Fria, pode-se esperar uma enésima produção enaltecendo a coragem americana diante do perigo vermelho. Felizmente, ‘Ponte dos Espiões’ está distante da euforia militarista. Em primeiro lugar, este é um filme didático: letreiros e personagens explicam de modo simplificado as principais características do embate entre os Estados Unidos e a União Soviética, para que nenhum espectador se sinta deslocado. Spielberg tem clara preocupação em dialogar com um público amplo.

Por esta porta de entrada escolar, o filme começa a introduzir, progressivamente, noções complexas como a soberania nacional e a crise do patriotismo. No caso, a trama apresenta uma dupla ironia em plena Guerra Fria: quando um espião supostamente soviético é capturado nos Estados Unidos e outro americano é preso na URSS, o advogado especializado em seguros James Donovan (Tom Hanks) sem ligações ao governo é encarregado de defender Rudolf Abel (Mark Rylance), um espião soviético capturado pelos americanos. Mesmo sem ter experiência nesta área legal, Donovan torna-se uma peça central das negociações entre os Estados Unidos e a União Soviética ao ser enviado a Berlim para negociar a troca de Abel por dois prisioneiros americano, capturado pelos inimigos. Ambos os países fazem questão de repatriar seus conterrâneos, mas desprezam estes homens que foram capturados (ou seja, fracassaram em permanecer invisíveis) e provavelmente entregaram informações confidenciais ao inimigo.

Lembrando que o roteiro segue uma história real, é louvável o cuidado do mesmo em equilibrar os dois lados da guerra. O protagonista é americano, (claro), mas sua principal característica é trabalhar contra a moral vigente no país: o advogado James Donovan recusa-se a dar uma defesa fraca a seu cliente espião, e faz o possível para inocentá-lo, como qualquer advogado deveria fazer. As altas instâncias do direito americano são vistas como parciais e corruptas, enquanto o povo é retratado como um grupo de ignorantes sedentos por sangue.

Mais uma vez a parceria Spielberg e Hanks deu certo, com um drama envolvente que faz com que o espectador se sinta em meio ao conflito de nações que estão dispostas a fazer tudo para ter informações do inimigo, em tempos de conflitos econômicos e comunistas. Por trás da aparência sombria e dos momentos de humor, o roteiro está muito bem impregnado de melancolia diante da falência do sistema moral e judicial. Não por acaso, o clímax transforma-se de fato em um anticlímax, sem ações eletrizantes, sem grandes movimentos de câmera, apenas um gesto simples, humano e rápido, filmado em enquadramentos precisos. Quem esperar altas doses de ação pode ficar frustrado, mas os fãs de diálogos afiados e suspense estratégico terão um prato cheio.

Estamos falando de um filme de guerra, ou melhor dizendo, a Guerra Fria, atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica, econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência.

Mas deixando toda a história politica e comunista de lado, este é mais um longa que merece total atenção para admiradores ou não da história. Recomendo mais um grande clássico de Spielberg e Hanks.


Título original: (Bridge of Spies)
Lançamento: 2015
Direção: Steven Spielberg
Roteiro: Matt Charman, Joel e Ethan Coen
Produção: Steven Spielberg, Marc Platt, Kristie Macosko Krieger
Duração: 141 min.
Gênero: Drama
Orçamento: UU$ 60 milhões
Distribuidores: Fox Film do Brasil
Classificação: 14 anos


Elenco


Tom Hanks (James B. Donovan)
Mark Rylance (Rudolf Abel)
Scott Shepherd II (Hoffman)
Amy Ryan (Mary McKenna Donovan)
Sebastian Koch (Wolfgang Vogel)
Alan Alda (Thomas Watters)
Austin Stowell (Francis Gary Powers)
Domenick Lombardozzi (Agente Blasco)
Michael Gaston (Williams)
Peter McRobbie (Allen Dulles)
Will Rogers (Frederic Pryor)
Stephen Kunken (William Tompkins)
Joshua Harto (Bates)
Edward James Hyland (juiz Earl Warren)
Marko Caka (Repórter)


Curiosidade



- ‘Ponte de Espiões’ foi indicado ao Oscar 2016 de Melhor Filme, Ator Coadjuvante (Mark Rylance), Roteiro Original, Trilha Sonora, Design de Produção e Mixagem de Som;

- O filme é baseado na história real do piloto Francis Gary Powers;

- O roteiro foi escrito por Matt Charman em parceria com os irmãos Ethan e Joel Coen;

-Esta é a segunda colaboração entre Steven Spielberg e os irmãos Coen, Ethan e Joel. Spielberg foi produtor executivo de Bravura Indômita (2010), cuja direção é dos Coen;

- O título do filme faz referência a uma ponte que ligava a antiga Berlim Ocidental como o centro da cidade de Potsdam, anteriormente sob o controle da Alemanha Oriental. O apelido "Ponte de Espiões" surgiu nos anos 60 por conta de agências de inteligência americana e soviética, que faziam trocas de prisioneiros em sua área;

- O pai de Steven Spielberg, Arnold Spielberg, era engenheiro intercambista na Rússia durante a Guerra Fria, logo após Francis Gary Powers ser abatido, quando houve um tremendo medo e hostilidade entre as duas nações. Spielberg lembra de ter visto os cidadãos russos formarem fila para observarem Powers e dizer "vejam o que a América fez." Quando perceberam os engenheiros americanos, apontaram para eles e disseram: "Olhem o que o seu país está fazendo conosco", demonstrando o medo e a raiva que um país sentia do outro;

- A trilha sonora seria de responsabilidade John Williams, mas o compositor foi substituído por Thomas Newman, de ‘007 - Operação Skyfall’ (2012);

- Tom Hanks e Steven Spielberg já trabalharam juntos no drama de guerra ‘O Resgate do Soldado Ryan’ (1998), na comédia ‘Prenda-me Se For Capaz’ (2002) e no drama ‘O Terminal’ (2004). Os dois ainda assinaram a produção da minissérie ‘Band of Brothers’ (2001);

- Novo encontro de Tom Hanks e Steven Spielberg depois de ‘O Resgate do Soldado Ryan’ (1998) e ‘Prenda-me Se For Capaz’ (2003);

- Foi indicado ao Globo de Ouro 2016 de Melhor Ator Coadjuvante (Mark Rylance).

Snoopy e Charlie Brown Peanuts – O Filme

Não tem como não amar Charlie Brown e sua turma, não importa a sua idade, se você é velho vai recordar a infância dos especiais animados de natal e as belas tirinhas de Charles M. Shulz (1922-2000) nos jornais. E para comemorar 50 anos do personagem mais carismático dos quadrinhos que temos a honra de presenciar, agora em computação gráfica, ‘Snoopy e Charlie Brown Peanuts – O Filme’.

Uma palavra que define bem o longa é FOFO. Difícil não se tocar em alguns momentos ou não abrir um grande sorriso em outros. É aquele típico clássico ressurgindo. ‘Snoopy e Charlie Brown - Peanuts, O Filme’ traz aquele sentimento de nostalgia e o carinho pelos personagens que até podem fazer muita gente gostar mais ainda do filme, nada falta.

Na trama, Charlie Brown e sua turma são surpreendidos com a chegada na cidade de uma nova criança, a garotinha de cabelo ruivo. Brown logo se encanta pela jovem, mas ao mesmo tempo não acha que seja bom suficiente para estar ao seu lado. É muito legal reencontrar Linus, Lucy e companhia.

O longa tem tudo de bom mesmo, com uma pequena e leve exceção, de infelizmente ver o personagem do Snoopy que acaba sendo desperdiçado com uma fantasia bobinha com a Fifi, mas tirando isso, o longa agrada, e ainda deixa aquele gostinho de quero mais.

Dirigido por Steve Martino, dos fracos ‘Horton’ e ‘O Mundo dos Quem’, ‘Peanuts’ é divertido e tem tudo para agradar as crianças e alguns mais velhos. Mas os verdadeiros fãs dos personagens irão sentir falta de uma maior complexidade no estudo da vida infantil. E a partir disso fica a vontade de ver mais e muito mais, por que não uma pequena franquia por aí?

Nota: 08




Título original: (Snoopy e Charlie Brown Peanuts)
Lançamento: 2016
Direção: Steve Martino
Roteiro: Bryan Schulz, Cornelius Uliano e Craig Schulz
Produção: Craig Schulz, Bryan Schulz, Cornelius Uliano e Paul Feig
Duração: 102 min.
Gênero: Animação
Orçamento: US$ 100 milhões
Distribuidores: 20th Century Fox
Classificação: Livre


Elenco



Bill Meléndez (Snoopy / Woodstock)
Noah Schnapp (Charlie Brown)
Hadley Belle Miller (Lucy Van Pelt)
AJ Teece (Chiqueirinho)
Noah Johnston (Schroeder)
Venus Schultheis (Patty Pimentinha)
Alexander Garfin (Linus Van Pelt)
Francesca Capaldi (Ruivinha / Frieda)
Mar Mar (Franklin Armstrong)
Mariel Sheets (Sally Brown)
Rebecca Bloom (Marcie)
William Alexander Wunsch (Shermy)
Anastasia Bredikhina (Patty)
Madisyn Shipman (Violet Gray)

Elenco brasileiro


Bill Meléndez (Snoopy / Woodstock)
Arthur Salerno (Charlie Brown)
Mariana Dondi(Lucy Van Pelt)
Luiz Felipe (Chiqueirinho)
Rafael Mezadri (Schroeder)
Victoria Alexandre (Patty Pimentinha)
Enzo Dannemann (Linus Van Pelt)
Isabele Cunha (Ruivinha)
Isabella Koppel (Frieda)
Pedro Kahn (Franklin Armstrong)
Eduarda Morás (Sally Brown)
Beatriz Messias (Marcie)
Edu Pinheiro (Shermy)
Noa Bicalho (Patty)
Luisa Laynes (Violet Gray)

Curiosidade



- ‘Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme’ é baseado na história em quadrinhos do cartunista Charles M. Shulz (1922-2000);

- O longa comemora os 65 anos da história em quadrinhos e os 50 anos da animação ‘O Natal do Charlie Brown’ (1965);

- A direção é de Steve Martino, o mesmo de ‘Horton’ e ‘O Mundo dos Quem’ (2008);

- Os roteiristas Craig Schulz e Bryan Schulz são respectivamente filho e neto do criador de Charlie Brown e sua turma;

- O longa em computação gráfica foi produzido pela Blue Sky Studios;

- Para marcar o aniversário de Snoopy, o diretor Steve Martino divulgou um vídeo ensinando o passo a passo de como desenhar o personagem;

- A produção foi indicada ao Globo de Ouro 2016 de Melhor Animação.

O Bom Dinossauro

Em se tratando de animação, uma coisa é certa: Pixar nunca vai decepcionar seus fãs. Mas, infelizmente o “nunca” é tempo de mais e nada dura para sempre. O mais novo longa ‘O Bom Dinossauro’, é uma produção diferente do que estamos acostumados a ver, em se tratando da poderosa produtora, chega a convencer, mas o agradar fica difícil. Porém, ele pode até não ser tão bom quanto às produções anteriores, mas aquelas mensagens positivas e a magia estão ali, meio escondidas, mas está ali. A premissa é: e se o asteroide que atingiu a Terra há 65 milhões de anos, extinguindo os dinossauros, tivesse errado o alvo? Um ponto de partida criativo e condizente com as especulações fantasiosas do estúdio a respeito do “cotidiano”, mas que resulta em um filme que não tem a mesma força das produções anteriores da companhia.

A direção da vez ficou para o novato Peter Sohn que até aqui, só dirigiu o curta 'Parcialmente Nublado’ (2009), mas fez um bom trabalho. Na trama, uma vez que a tragédia maior (a colisão) é evitada, conhecemos Arlo e sua família. A espécie do nosso herói vive em paz com a família, tendo a agricultura como base da sobrevivência do grupo – outra boa sacada, quando o filme do diretor Peter Sohn põe nas patas dos jurássicos animais o desenvolvimento da prática agrícola como inevitável. Após viver uma tragédia pessoal, o jovem protagonista se perde da família e – ao formar uma dupla com o humano Spot (menino, que é uma espécie de animal de estimação do dinossauro), tem como missão a jornada de volta para casa.

Note que “não ser tão bom quanto às produções anteriores” não significa não ter força nenhuma. Apesar de não ser exatamente emocionante (no sentido de excitante), The Good Dinosaur (no original) é emotivo; ou seja, apela para o coração, mais do que entrega uma experiência de diversão completa – a que a Pixar nos acostumou.

É em momentos assim, que percebemos que já foi aquele tempo em que as animações eram um tipo de produção destinado única e exclusivamente ao público infantil. Os supracitados (ou referenciados) ‘Toy Story’, ‘Monstros S.A’. e ‘Os Incríveis’ (só para permanecer na Pixar), por exemplo, são provas de que “desenho animado” pode agradar tanto às crianças quanto aos pais que as levam aos cinemas. E é nesse sentido que ‘O Bom Dinossauro’ deixa a desejar. Com uma trama quase pueril, o resultado é “apenas” infantil. A aparição do Forrest Woodbush (voz do próprio Sohn), um tricerátopo meio hippie, meio nonsense, é um lampejo em meio aos personagens um tanto quanto previsíveis. Mas é só uma participação, infelizmente, desse que poderia até ser o alívio cômico do filme.

É sutil a construção das relações entre os personagens – principalmente o elo que se estabelece entre Arlo e Spot –, com o intuito de espalhar a mensagem do quão importante à família é – o que é conduzido evitando a pieguice (ufa!).

Tem a magia da Pixar, tem aquela mensagem sobre o quanto uma amizade é importante, mas ficou aquele sentimento de que faltou algo, faltou alguma coisa. Pode até ser cedo para falar, mas, algo inédito pode acontecer na premiação do Oscar esse ano, na categoria Melhor Animação.


Nota: 05


Título original: (The Good Dinosaur)
Lançamento: 2016
Direção: Peter Sohn
Roteiro: Peter Sohn, Erick Benson e Bob Peterson
Produção: Denise Ream
Duração: 100 min.
Gênero: Animação
Orçamento: US$ 200 milhões
Distribuidores: Walt Disney Studios Motion Pictures
Classificação: Livre


Elenco



Raymond Ochoa (Arlo) – Apatossauro
Jack Bright (Spot) - Homo Sapiens
Jeffrey Wright (Papai Henry) – Apatossauro
Frances McDormand (mamãe Ida) – Apatossauro
Marcus Scribner (Buck) – Apatossauro
Maleah Padilla (Libby) – Apatossauro
Steve Zahn (Tempestade / Trovoada) - Pterodáctilo
Sam Elliott (Butch) - T-Rex
Anna Paquin (Ramsey) - T-Rex
AJ Buckley (Nash) - T-Rex
Peter Sohn (Colecionador de bichos) – Estiracossauro
Dave Boat (Bubbha) – Velociraptor
Mackenzie Grant (Melvin) - Velociraptor           
Carrie Paff (Lurleane) – Velociraptor
John Ratzenberger (Earl) – Velociraptor

Elenco brasileiro



Pedro Henrique (Arlo) – Apatossauro
Jack Bright (Spot) - Homo Sapiens
Anderson Coutinho (Papai Henry) – Apatossauro
Marli Bortoletto (mamãe Ida) – Apatossauro
Lipe Volpato (Buck) – Apatossauro
Anna Giulia Chantre (Libby) – Apatossauro
Hermes Baroli(Tempestade / Trovoada) – Pterodáctilo
Antônio Moreno(Butch) - T-Rex
Shallana Costa (Ramsey) - T-Rex
Luiz Laffey (Nash) - T-Rex
Cesar Marchetti (Colecionador de bichos) – Estiracossauro
Anderson Bizzocchi (Bubbha) – Velociraptor
Daniel Nascimento (Melvin) - Velociraptor        
Priscila Franco (Lurleane) – Velociraptor
Elídio Sanna (Earl) – Velociraptor


Curiosidade



- O personagem Arlo apareceu como um brinquedo num quarto de criança na animação ‘Universidade Monstros’ (2013);

- Peter Sohn faz sua estreia na direção de longa-metragem. Ele comandou o curta ‘Parcialmente Nublado’ (2009) e foi animador de ‘Os Incríveis’ (2004) e ‘Ratatouille’ (2007);

- Sohn também esteve na equipe de animação e dublagem de vários outros projetos da Pixar;

- O filme é produzido por John Lasseter, diretor de animações da franquia ‘Carros’;

- ‘O Bom Dinossauro’ seria lançado em 2014, mas sofreu atraso quando Bob Peterson foi afastado da direção. Os motivos não foram divulgados pela Disney e Peterson assina apenas o roteiro;

- O roteirista Bob Peterson está entre os autores. Ele foi um dos responsáveis por ‘Up: Altas Aventuras’ (2009) e ‘Procurando Nemo’ (2003);

- Junto com as cópias de ‘O Bom Dinossauro’, também será exibido o curta-metragem da Pixar, ‘Sanjay's Super Team’ (2015);

- A produção foi indicada ao Globo de Ouro 2016 de Melhor Animação.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Mad Max: Estrada da Fúria

Nos anos 1980 a trilogia de Mad Max estourou, conquistando fãs pelo mundo todo sem dúvida. Mel Gibson na pele do protagonista casca dura fez um ótimo trabalho, tornando seu personagem inesquecível. O responsável por trás das câmeras era Byron Kennedy que dirigiu ‘Mad Max’ (1979) e ‘Mad Max 2: A Caçada Continua’ (1981), sendo o último da trilogia dirigido por George Miller, ‘Mad Max: Além da Cúpula do Trovão’ (1985). Desde então, muito se ouvia em um quarto filme, até que anos e anos depois, surge à notícia que a continuação estava confirmada, mais uma vez, Miller e Gibson unidos em mais uma grande aventura, então, uma notícia que desanimou os fãs: Dificuldades em filmar na Austrália acabaram adiando a produção e o ator resolveu pular fora. Quase uma década depois, foram iniciadas as filmagens, mas agora com Tom Hardy e Charlize Theron à frente do elenco. Restava a dúvida: valia a pena fazer um Mad Max sem Mel Gibson? Tudo apontava para um grande NÃO, mas...

Eis que os produtores não só fizeram grande justiça aos originais como criaram o melhor filme da franquia. Não há discussão. É claro que o primeiro ‘Mad Max’ é icônico e foi muito importante na época, que ‘Mad Max 2 - A Caçada Continua’ foi fundamental no desenvolvimento de uma visão pós-apocalíptica, mas nenhum dos dois (do três nem se fala) alcança o nível de qualidade visto em ‘Mad Max: Estrada da Fúria’.

Miller mais uma vez dispensou qualquer tipo de comentário negativo. O roteiro dessa vez nos mostra que após ser capturado por uma comunidade, Max (Tom Hardy) é usado como banco de sangue para soldados feridos. O líder local, Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), usa o fato de ser o detentor de uma grande reserva de água para explorar toda sua população. Além de capturar pessoas para "doarem" sangue, ele tem doadoras de leite e até mulheres que existem para carregarem seus filhos. Quando uma de suas pessoas de confiança foge da comunidade, Joe vai atrás dela com todo seu exército. Por acaso, Max se vê em meio a essa disputa. Ajudar Furiosa (Charlize Theron) em sua luta contra Joe, onde se vê dividido entre mais uma vez seguir sozinho seu caminho ou ficar com o grupo rebelde.

A química entre Tom Hardy e Charlize Theron fez com que qualquer fã da trilogia – agora se tornando uma franquia -, esquecesse por 120 minutos o legado de Mel Gibson nos anos 1980. Não que a trilogia do passado tenha sido passada para trás depois do ‘Estrada da Fúria’, mas realmente não tem como não elogiar o novo longa que alcança a perfeição em todos os momentos.

As sequencias de ação, envolvendo perseguição de tirar o folego, pancadaria, tiroteio e tudo mais que os fãs de Mad Max estão acostumados, mas com um nível a mais, graças à tecnologia de hoje. Os efeitos especiais agrada em toda sequencia. George Miller, após 30 anos, demonstrou ter ficado todo este tempo acumulando energia para esta continuação. Nas últimas décadas, ele fez ‘O Óleo de Lorenzo’, ‘Babe - O Porquinho Atrapalhado na Cidade’ e ‘Happy Feet - O Pinguim’. Filmes que realmente não passaram de grande decepção e perda de tempo para qualquer espectador. Mas, agora, ele solta a energia reprimida sem pensar duas vezes. Insano. Este é o melhor adjetivo para descrever o novo ‘Mad Max’. Estamos diante do melhor filme de ação do ano de 2015. E é difícil imaginar que algum outro vá superá-lo neste sentido.

Também merece destaque a trilha sonora de Tom Holkenborg, mais conhecido como Junkie XL. O DJ holandês criou uma trilha original e impactante. Do ponto de vista musical, deve-se elogiar a opção de Miller de criar uma espécie de "carro de som", em que vemos uma guitarra ardendo em fogo com o melhor do Rock n’ Roll, que o longa pede, além de tambores em cena. Sendo condizente com o universo Mad Max.

Recomendo!

Nota: 10
(Download em Torrent)



Título original: (Mad Max: Fury Road)
Lançamento: 2015
Direção: George Miller
Roteiro: Brendan McCarthy, George Miller e Nick Lathouris
Duração: 120 min.
Gênero: Ação  
Orçamento: US$ 100 milhões
Distribuidores: Warner Bros. Pictures
Classificação: 14 anos


Elenco



Tom Hardy (Max Rockatansky)
Charlize Theron (Furiosa)
Zoë Kravitz (Toast)
Nicholas Hoult (Nux)
Rosie Huntington-Whiteley (Splendid)
Riley Keough (Capable)
Nathan Jones (Rictus Erectus)
Josh Helman (Slit)
Hugh Keays-Byrne (Immortan Joe)
Megan Gale (Valkyrie)
Angus Sampson (Organic Mechanic)
Abbey Lee (The Dag)
Richard Norton (Imperator)
Courtney Eaton (Fragile)
John Howard (Eater)
Joy Smithers (The Vuvalini)


Curiosidades



- Este é o quarto filme da franquia ‘Mad Max’. A trama, inclusive, se ambienta pouco tempo depois de Mad Max ‘Além da Cúpula do Trovão’ (1985);

- Tom Hardy ‘A Origem’ interpreta Max Rockatansky, papel vivido por Mel Gibson nos três longas anteriores;

- Do elenco original só volta o ator Hugh Keays-Byrne. Ele foi o vilão Toecutter em Mad Max (1979);

- O ator Jeremy Renner se interessou pelo papel do protagonista. Já o ator Liam Fountain, que interpretou o personagem título no curta-metragem ‘Mad Max Renegade’ (2011), chegou a fazer teste, mas não passou;

- O roteirista Nick Lathouris atuou em ‘Mad Max’ (1979);

- Os atores Charlize Theron e Nicholas Hoult já trabalharam juntos em ‘Lugares Obscuros’ (2015);

- A atriz Teresa Palmer teve de abandonar a produção em função de atrasos nas filmagens. Em seu lugar entrou Abbey Lee;

- No Globo de Ouro 2016, a produção foi indicada nas categorias Melhor Filme de Drama e Diretor.

Velozes e Furiosos 7

Se existe um filme, ou melhor, uma franquia que dispensa comentários quando o assunto é ação, essa só pode ser ‘Velozes e Furiosos’, que nos deu o ar de sua graça em 2001, sobre o comando de Rob Cohen na direção, o mesmo que comandou ‘Triplo X’ (2002), ‘A Múmia - Tumba do Imperador Dragão’ (2008) e ‘O Garoto da Casa ao Lado’ (2015). Mas agora em ‘Velozes e Furiosos 7’, a direção fica por conta de James Wan, diretor até então, experiente em filmes de terror, como ‘Jogos Mortais’ (2004) e 'Invocação do Mal' (2013), porém, Wan conseguiu fazer uma sequencia mais empolgante que os antecessores sem cair nos clichês do gênero.

O fato é que ‘Velozes e Furiosos’ sempre foi uma franquia que abraçou todo o absurdo. Ao longo dos anos, as cenas de ação foram ficando cada vez mais exageradas, assim como as falas de Vin Diesel sobre o real significado da família. Diante da necessidade/responsabilidade de se prestar uma homenagem, também era de se esperar que exagerassem no peso dramático. E é justamente isso que aconteceu em ‘Velozes e Furiosos 7’ não economiza em homenagens ao ator Paul Walker, que faleceu em novembro de 2013, sem completar as filmagens da produção.

Dessa vez o roteiro tem uma boa sequencia após os acontecimentos em Londres, Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Walker), Letty (Michelle Rodriguez) e o resto da equipe tiveram a chance de voltar para os Estados Unidos e recomeçarem suas vidas. Mas a tranquilidade do grupo é destruída quando Deckard Shaw (Jason Statham), um assassino profissional, quer vingança pela morte de seu irmão. Agora, a equipe tem que se reunir para impedir este novo vilão. Mas dessa vez, não é só sobre ser veloz. A luta é também pela sobrevivência.

Não tem o que falar. Roteiro e produção mais uma vez estão impecáveis, uma trilha envolvente, seja sonora ou efeito, e sem esquecer dos exagerados efeitos especiais de encher os olhos com muita adrenalina e emoção. Neste sentido, quem for em busca de muita ação vai se deliciar com cenas de perseguição e brigas incríveis (Jason Statham x Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez x Ronda Rousey, Paul Walker x Tony Jaa...) e com um número infinito de sequências absurdas. Além também de várias sequências de veículos voando, sendo a mais absurda a passada em Abu Dhabi, já amplamente divulgada nos trailers. A escolha pela capital dos Emirados Árabes Unidos é curiosa, mas também simbólica, uma vez que ‘Velozes e Furiosos’ está cada vez mais perto de ‘Missão Impossível’.

O elenco mais uma vez está em boa sintonia, embora ninguém ligue muito para a jornada de redescoberta da personagem de Michelle Rodriguez. Jordana Brewster é deixada praticamente de lado, enquanto que Tyrese Gibson e Ludacris surgem como alívio cômico. Dentre as novidades, Nathalie Emmanuel não compromete e Kurt Russell oferece uma performance bem cool como o agente especial Sr. Ninguém.

Ao final, é difícil não ficar tocado com as homenagens à Walker. Por mais piegas que seja o texto, com direito a frases do tipo "ele vai estar sempre comigo" ou "será para sempre meu irmão", é realmente emocionante ver uma equipe ter que dizer adeus a um de seus integrantes. Por sinal, é possível identificar alguns jogos de câmera que escondem o rosto do ator em alguns momentos, mas nunca fica claro a utilização de outro ator ou de efeitos visuais.

Assim como nos últimos filmes, Diesel fala algumas vezes que "chegou a hora do desafio final", mas como já sabemos, teremos novos ‘Velozes e Furiosos’ pela frente. E que continue sempre assim, trazendo o melhor da fotografia, ação exagerada, com muita perseguição, pancadaria e tiroteio.

Recomendo!


Nota: 09




Título original: (Furious 7)
Lançamento: 2015
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan
Produção: Neal H. Moritz, Vin Diesel e Michael Fottrell
Duração: 140 min.
Gênero: Ação
Orçamento: UU$ 190 milhões
Distribuidores: Universal Pictures
Classificação: 14 anos


Elenco


Vin Diesel (Dominic Toretto)
Paul Walker (Brian O'Conner)
Michelle Rodriguez (Letty Ortiz)
Tyrese Gibson (Roman Pearce)
Chris ‘Ludacris’ Bridges (Tej Parker)
Jordana Brewster (Mia Toretto)
Dwayne Johnson (Luke Hobbs)
Kurt Russell (Frank Petty)
Jason Statham (Deckard Shaw)
Ronda Rousey (Kara)
Djimon Hounsou (Mose Jakande)
Tony Jaa (Kiet)
Nathalie Emmanuel (Megan Ramsey)
Elsa Pataky (Elena Neves)
John Brotherton (Sheppard)
Ali Fazal (Safar)
Romeo Santos (Mando)


Curiosidades


- A produção do filme foi interrompida em 1º de dezembro de 2013 após a trágica morte de Paul Walker, devido a um acidente automobilístico em 30 de novembro de 2013. As filmagens aconteciam em Atlanta e o longa estava programado para ser lançado em 11 de julho 2014. O diretor James Wan e os executivos da Universal realizaram uma teleconferência para determinar como procederiam com o projeto de uma forma respeitosa à memória de Walker. Paul estava prestes a finalizar suas cenas no momento em que veio a falecer. Embora tenha havido algumas considerações sobre cancelar a produção, a obra foi finalmente retomada, sendo o roteiro reescrito, a fim de resolver a ausência de Walker e proporcionar ao personagem um digno "bota-fora";

- Paul Walker já tinha filmado a maior parte de suas cenas. Mas a produção também conta com o trabalho dos dublês, CGI e os irmãos do ator, Caleb e Cody, e o uso de computação gráfica para concluir a participação de Walker na franquia;

- Denzel Washington recusou participar do longa. A Universal Studios estava em busca de uma grande estrela para interpretar um papel menor no filme e, em seguida, desempenhar um papel maior na continuação. Mais tarde, Kurt Russell foi escalado. Taylor Lautner e Halle Berry também foram considerados. A atriz indiana, Deepika Padukone teve de abandonar o projeto devido a conflitos de agenda;

- Jason Statham tem duas cenas de luta: uma com Dwayne Johnson e outra com Vin Diesel;

- Com 2 horas e 17 minutos de duração, este é o filme mais longo da franquia;

- O vilão do longa foi vivido por Jason Statham. Ele fez uma ponta em ‘Velozes & Furiosos 6’ (2013) e chegou a negociar para viver o vilão da trama, mas o papel ficou com Luke Evans;

- A rapper Iggy Azalea faz uma participação especial no filme;

- A lutadora do UFC Ronda Rousey, que fez sua estreia como atriz em ‘Os Mercenários 3’, faz uma participação especial no filme;

- A atriz inglesa Nathalie Emmanuel, conhecida por seu papel como Missandei na série ‘Game of Thrones’, também integra o elenco;


- A produção foi indicada ao Globo de Ouro 2016 de Melhor Canção.

Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)

Um grande destaque do ano de 2015, sem dúvida foi ‘Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)’, longa de Alejandro González Iñárritu, responsável pelo ótimo ’21 Gramas’ (2003) e o mais novo prometido ao Oscar ‘ORegresso’ (2016). O mexicano com um dedo incisivo, muitas vezes acusador e sem medo das consequências, se o ressaltado é feio ou bonito. Em 'Birdman', o dedo de Iñárritu aponta para a indústria do entretenimento. Como um todo.

Mas não pense você que se trata de um típico filme de heróis pelo típico nome do filme, lembre-se, nunca julgue um livro pela capa. Porém, não fica tão longe de um filme de herói, talvez assim fica possível aceitar o meio termo aqui. ‘Birdman’ oferece um retrato ao mesmo tempo cínico e realista, com um olhar distanciado típico de quem é de fora e não possui ligações afetivas que embacem a realidade. No filme, o personagem principal é um ex-astro do cinema que viveu seu auge quando interpretou o personagem do título, um super-herói bastante popular. Quando recusou a terceira sequência, seu mundo começou a ruir, lentamente. Para interpretá-lo, um ator que passou por uma jornada um tanto quanto parecida: Michael Keaton, (ex-Batman), há anos sem um papel relevante nas telonas. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? As duas coisas.

O roteiro muito bem amarrado faz com que o espectador se sinta na pele do protagonista, muito bem feio por Keaton, que consegue ficar irreconhecível. Sendo esta uma mescla que conduz as várias sub-tramas envolvidas na trama. Ao mesmo tempo em que se pode acompanhar a derrocada do antigo homem-pássaro, e seu esforço para se reerguer ao dirigir e estrelar uma peça teatral – teatro dá prestígio! -, percebe-se coadjuvantes que, cada um à sua maneira, pensam apenas em si. É o ator do momento que surta de vez em quando (Edward Norton), a atriz que pena devido a relacionamentos antigos (Naomi Watts), o agente preocupado que à todo momento busca a melhor maneira de lucrar em cima do que está acontecendo (Zach Galifianakis), a filha meio deslocada que sente a falta de afeto vindo do pai (Emma Stone) e tantos outros que compõem esta fauna em busca da vitória prometida pelo sonho americano.

Uma sensação que por vezes mistura realidade e ilusão, onde o desejado se manifesta através da voz e da figura de ‘Birdman’, como se este fosse um fantasma a perseguir seu alter-ego. Eles são uns só indissociáveis, e a contínua aparição nada mais é do que a voz da consciência questionando seus atos, dia após dia. E, de quebra, trazendo um retrato objetivo sobre aquele mundo ao seu redor, (ufa!). Sim, tudo isso acontece durantes os 119 minutos de um longa que merece todo o respeito de um bom apreciador da Sétima Arte.

Com um roteiro repleto de diálogos sarcásticos e um elenco coeso muito competente, com destaque maior para os olhares reveladores de Emma Stone e Naomi Watts (que estão ótimas mesmo), ‘Birdman’ é um filme lúdico que diz muito sobre o mundo atual, onde a fama é algo a ser conquistado a todo custo e a palavra perde cada vez mais espaço para a beleza de imagens vazias.
Trata-se de um filme absolutamente crítico: a Hollywood, a Broadway, ao modus operandi do ramo do entretenimento, nos Estados Unidos e também em vários países (o Brasil inclusive, claro), sem deixar de cutucar também a própria crítica profissional neste gigantesco mecanismo inflado pelo ego. 

Um filme para pensar e também para divertir, saboreando as preciosidades que Iñárritu espalhou ao longo de sua duração, seja com situações deliciosamente bizarras ou até meigas, onde o ritmo frenético diminui para ressaltar o brilho das atuações. Destaque para a brilhante analogia com os filmes de super-heróis!

Recomendo!

Nota: 8,5
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Título original: (Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance))
Lançamento: 2015
Direção: Alejandro González Iñárritu
Roteiro: Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr. e Armando Bó
Produção: Alejandro González Iñárritu, John Lesher, Arnon Milchan e James W. Skotchdopole
Duração: 119 min.
Gênero: Drama, Comédia          
Orçamento: UU$ 18 minlhões
Distribuidores: Fox Searchlight Pictures
Classificação: 16 anos


Elenco


Michael Keaton  (Riggan Thomson)
Edward Norton  (Mike Shiner)
Emma Stone (Sam Thomson)
Naomi Watts (Lesley)
Zach Galifianakis (Jake)
Andrea Riseborough (Laura)
Amy Ryan (Sylvia Thomson)
Lindsay Duncan (Tabitha Dickinson)
Merritt Wever  (Annie)
Jeremy Shamos (Ralph)


Curiosidades



- ‘Birdman’ venceu o Oscar 2015 de Melhor Filme, Diretor (Alejandro González Iñárritu), Roteiro Original e Direção de Fotografia;

- O longa concorreu ao Leão de Ouro em Veneza, além de ser a atração de abertura do festival;

- ‘Birdman’ liderou as indicações ao Globo de Ouro 2015 tendo recebido sete indicações nas categorias de Melhor Filme – Comédia ou Musical, Melhor Ator - Comédia ou Musical (Michael Keaton), Melhor Ator Coadjuvante (Edward Norton), Melhor Atriz Coadjuvante (Emma Stone), Melhor Diretor (Alejandro González Iñárritu), Melhor Roteiro (Alejandro González Iñárritu) e Melhor Trilha Original;

- Está é a primeira comédia dramática na carreira do cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, que dirigiu ‘Amores Brutos’ (2000), ‘Babel’ (2007) e ‘Biutiful’ (2011);

- A peça de teatro que marca o retorno de Riggan Thomson (Michael Keaton) é inspirada em um conto de Raymond Carver chamado ‘What We Talk About When We Talk About Love’ ("O que falamos, quando falamos sobre o amor", em tradução literal), publicado em 1981, e conta a história de Mel McGinnis, um cardiologista de quarenta anos e seus amores;

- Não foi à toa que o diretor escolheu Michael Keaton para o papel principal. Na verdade, o problema de Riggan Thomson é similar ao de Keaton, que ganhou fama no final dos anos 1980 quando interpretou Batman antes de "sumir";

- A produção venceu o Globo de Ouro nas categorias Melhor Ator de Comédia ou Musical (Michael Keaton) e Melhor Roteiro;

- O filme foi em grande parte gravado dentro do St. James Theatre da Broadway - Michael Keaton e o resto do elenco tiveram que adaptar-se ao estilo de filmagem rigoroso de Alejandro González Iñárritu, que os exigiu a realizar 15 páginas de diálogo em um momento, enquanto faziam marcações precisamente coreografadas;

- Filme de abertura do Festival de Veneza 2014;

- Durante a conferência de imprensa no camarim de Riggan, ele diz que não interpreta Birdman desde 1992. Esse é o mesmo ano em que Batman - O Retorno (1992) foi lançado, além de ser o último filme Batman estrelado por Michael Keaton;

- O longa foi filmado em menos de um mês;

-Ao lado de Michael Keaton, que interpretou Batman nos filmes de Tim Burton, tanto Edward Norton quanto Emma Stone desempenharam icônicos personagens de quadrinhos. Norton interpretando Bruce Banner em 'O Incrível Hulk' (2008) e Stone como Gwen Stacy na franquia O 'Espetacular Homem-Aranha' (2012);

- Birdman faturou o prêmio SAG 2015 de Melhor Elenco.

Faroeste Caboclo

Sou um fã assumido de Legião Urbana, sempre admirei Renato Russo e fiquei feliz por saber que uma de suas músicas iria se tornar filme. No começo fiquei ansioso, mas depois de ver tantos problemas antes do filme estrear, que minha ansiedade transformou em só mais uma espera e depois sumiu, não tive coragem de ver no cinema e esperei até agora para enfim assistir ‘Faroeste Caboclo’.

Bom, vou tentar não levar para o lado pessoal da coisa. Primeiro, que fique bem claro que eu não tenho nenhum preconceito por filmes nacionais, muito pelo contrário, existem produções nacionais digna de reconhecimento, como por exemplo, ‘Tropa de Elite 1 e 2’, ‘Estomago’, ‘Caixa Dois’, ‘O Homem Que Copiava‘, entre outros. Mas o que realmente é um perigo, é quando temos um filme com um roteiro já “pré-criado”, pois trata-se de um filme baseado numa música conhecida por todos, e um diretor estreante que com certeza fez tudo nesse longa, menos dirigir. A direção de René Sampaio é horrível, chega a doer, falhas e mais falhas, seguindo um roteiro confuso cheio de baixos e baixos, nada da certo e o que você vê é algo tão fora de contexto que chega a ser chato demais.

Apesar de não precisar explicar a sinopse desse longa,  que infelizmente está completamente fora de qualquer sequencia da música, a trama mostra João (Fabrício Boliveira), que logo a perda da mãe (isso mesmo, da mãe), deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília (hein?). Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo (de novo, mas hein?) e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um emprego como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Perai, Senador?) (Marcos Paulo), por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo romance, mas logo João se verá em meio a uma guerra com o playboy e traficante Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder (desisto, sério, chega, já deu!).

Pois bem. Vamos ao roteiro, algo que eu quero destacar em detalhes e com muito cuidado, para que quem sabe um dia os roteirista e René, possam ler essa minha crítica e ver o quanto eles erraram, (mas por favor, sem Remake!). Acredito que todos conhecem a letra, mas vou mesclar, letra e roteiro. Primeira parte:

MÚSICA 1ª PARTE: Não tinha medo o tal João de Santo Cristo/Era o que todos diziam quando ele se perdeu/Deixou pra trás todo o marasmo da fazenda/Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu/Quando criança só pensava em ser bandido/Ainda mais quando com um tiro de soldado o pai morreu/Era o terror da cercania onde morava/E na escola até o professor com ele aprendeu. Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro/Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar/Sentia mesmo que era mesmo diferente/Sentia que aquilo ali não era o seu lugar/Ele queria sair para ver o mar/E as coisas que ele via na televisão/Juntou dinheiro para poder viajar/De escolha própria, escolheu a solidão. Comia todas as menininhas da cidade/De tanto brincar de médico, aos doze era professor/Aos quinze, foi mandado pro reformatório/Onde aumentou seu ódio diante de tanto terror/Não entendia como a vida funcionava/Discriminação por causa da sua classe e sua cor/Ficou cansado de tentar achar resposta/E comprou uma passagem, foi direto a Salvador...

ROTEIRO: Não lembro em parte alguma do filme mostrar a infância de João, mas é claro, pois em nenhum momento a infância dele é mostrada, o máximo é alguns flashback que o protagonista tem sobre UM momento com o pai, onde por causa de um desentendimento no bar o pai dele é morto por um policial, veja bem, não um soldado, onde é morto por vários tiros, e não um apenas.  “Quando criança só pensava em ser bandido”, estranho, pois no longa ele vive falando que nunca quer ser bandido, e por fim não tem professor, não tem igreja, não come ninguém (só a Isis), reformatório virou FEBEM, no lugar de uma fazenda, João vive com a mãe no sertão da Bahia, em meio a seca e fome, sem contar que a cidade de Salvador nem é citada no filme. O sentimento é chegar ao meio da conversa, porque de uma hora para outra ele já está chegando a Brasília.

MÚSICA 2ª PARTE: ... E lá chegando foi tomar um cafezinho/E encontrou um boiadeiro com quem foi falar/E o boiadeiro tinha uma passagem e ia perder a viagem/Mas João foi lhe salvar. Dizia ele: "Estou indo pra Brasília/Neste país lugar melhor não há/Tô precisando visitar a minha filha/Eu fico aqui e você vai no meu lugar". E João aceitou sua proposta/E num ônibus entrou no Planalto Central/Ele ficou bestificado com a cidade/Saindo da rodoviária, viu as luzes de Natal. "Meu Deus, mas que cidade linda,/No Ano-Novo eu começo a trabalhar". Cortar madeira, aprendiz de carpinteiro/Ganhava cem mil por mês em Taguatinga/Na sexta-feira ia pra zona da cidade/Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador/E conhecia muita gente interessante/Até um neto bastardo do seu bisavô. Um peruano que vivia na Bolívia/E muitas coisas trazia de lá/Seu nome era Pablo e ele dizia/Que um negócio ele ia começar. E Santo Cristo até a morte trabalhava/Mas o dinheiro não dava pra ele se alimentar/E ouvia às sete horas o noticiário/Que sempre dizia que o seu ministro ia ajudar/Mas ele não queria mais conversa/E decidiu que, como Pablo, ele ia se virar/Elaborou mais uma vez seu plano santo/E sem ser crucificado, a plantação foi começar...

ROTEIRO: Como disse antes, não tem viagem para Salvador, boiadeiro então? Nem pensar! No lugar do cafezinho João chega em um boteco qualquer e rouba um prato de comida, onde Santo Cristo está a procura pelo seu primo (tenso), seu primo Pablo, um peruano sem vergonha que não convence nem como paraguaio. Pablo no longa é um traficante meia boca que tenta comandar uma espécie de milícia na favela onde vive. Então você espera ao menos ver as luzes de Natal, mas tudo que aparece é uma ponte com algumas luzes que mais parece um enfeite natalino muito do mal feito. Então uma coisa condiz com a música, João começa seu trabalho como carpinteiro (como tem que ser!), porém, não se vê nenhuma zona da cidade, ele não conhece ninguém interessante e muito menos o tal neto bastando do seu bisavô. Voltando sobre Pablo, na letra de Renato Russo, a ilusão que temos de Pablo, é um peruano trambiqueiro, daqueles que resolve tudo a qualquer hora, mas como já dito, esse Pablo não passa de um traficante meia boca e sem vergonha. Então, eis que acontece algo esperado: a plantação, João começa uma plantação de maconha para conseguir dinheiro e impressionar Maria Lucia (acredite, nesse longa ele já conheceu e já ficou com ela antes de tudo isso), e pra piorar, ele ainda tem coragem de falar forçadamente a frase: “Logo, logo os maluco da cidade souberam da novidade” e alguém responde: “Tem bagulho bom aí!”, é de doer.

MÚSICA PARTE 3: ... Logo, logo os maluco da cidade souberam da novidade/"Tem bagulho bom ai!"/E João de Santo Cristo ficou rico/E acabou com todos os traficantes dali/Fez amigos, frequentava a Asa Norte/E ia pra festa de rock, pra se libertar/Mas de repente/Sob uma má influência dos boyzinho da cidade/Começou a roubar. Já no primeiro roubo ele dançou/E pro inferno ele foi pela primeira vez/Violência e estupro do seu corpo/"Vocês vão ver, eu vou pegar vocês". Agora o Santo Cristo era bandido/Destemido e temido no Distrito Federal/Não tinha nenhum medo de polícia/Capitão ou traficante, playboy ou general/Foi quando conheceu uma menina/E de todos os seus pecados ele se arrependeu/Maria Lúcia era uma menina linda/E o coração dele pra ela o Santo Cristo prometeu/Ele dizia que queria se casar/E carpinteiro ele voltou a ser/"Maria Lúcia pra sempre vou te amar/E um filho com você eu quero ter"...

ROTEIRO: E mais furos, mas sequencia quebrada, mais roteiro furado. Após a plantação, parece que talvez alguma coisa vai fazer sentido entre música/filme, (mais uma vez fomos surpreendidos novamente), pois como já falei, João já está envolvido com Maria Lucia que ele conhece após uma fuga da policia, mas já comento sobre isso... Então, mais uma vez não se vê nenhum amigo, e sim uma turminha que ignora o protagonista por causa de sua cor, mas começam a aproximar quando descobrem que a maconha dele é melhor do que as drogas de Jeremias. Mas, nada de se envolver com os “boyzinho da cidade”,  nada de roubo, e a única violência que se vê e em partes condiz com a música, é João sendo espancado pelos capangas de Jeremias e por fim estuprado. Mas nem isso mostra a revolta de João, nada de um ser destemido, sem medo e passando por cima de todos, absolutamente, nada disso. E por fim, a pior coisa que acontece no filme é o encontro de Santo Cristo com Maria Lucia, enquanto na música ele passa por grandes conflitos financeiros e pessoal até chegar a sua amada, nesse longa eles já se encontram antes de tudo, Jeremias já apareceu mostrando interesse na mocinha e uma hora para outra o casal já se ama, já estão juntos e ele escondendo sua “vida bandida” da mocinha.

MÚSICA PARTE 4: ... O tempo passa e um dia vem na porta/Um senhor de alta classe com dinheiro na mão/E ele faz uma proposta indecorosa/E diz que espera uma resposta, uma resposta do João. "Não boto bomba em banca de jornal/Nem em colégio de criança isso eu não faço não/E não protejo general de dez estrelas/Que fica atrás da mesa com o cú na mão/E é melhor senhor sair da minha casa/Nunca brinques com um Peixes de ascendente Escorpião". Mas antes de sair, com ódio no olhar, o velho disse/"Você perdeu sua vida, meu irmão"/"Você perdeu a sua vida meu irmão/Você perdeu a sua vida meu irmão/Essas palavras vão entrar no coração/Eu vou sofrer as consequências como um cão". Não é que o Santo Cristo estava certo/Seu futuro era incerto e ele não foi trabalhar/Se embebedou e no meio da bebedeira/Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar/Falou com Pablo que queria um parceiro/E também tinha dinheiro e queria se armar/Pablo trazia o contrabando da Bolívia/E Santo Cristo revendia em Planaltina...

ROTEIRO: Está difícil, a cada cena o novato René Sampaio só se complica e se complica feio. Não custava colocar pelo menos uma frase assim: “Alguns dias depois...”, acredito eu que pelo menos daria uma quebrada na situação constrangedora até aqui, mas talvez para economizar um pouco, já que não tem boiadeiro, também não vai ter Coronel. A maior autoridade que se vê é o pai de Maria Lucia que também é Senador, interpretado por Marcos Paulo, que fica claro que está ali só para preencher um buraco mal tampado, sendo assim, então nada de ameaça contra João e se não tem ameaça não precisa se embebedar, (até porque em nenhum momento do filme Santo Cristo está bebendo até cair), então ninguém roubou seu emprego, pelo contrário, ele acaba pedindo sociedade para o carpinteiro e por fim, não tem nada a falar ou pedir para Pablo, já que acredite se quiser, a Winchester-22, arma citada na música não é dada para Santo Cristo, no máximo emprestada, mas não existe um presente desse porte no longa.

MÚSICA PARTE 5: ... Mas acontece que um tal de Jeremias/Traficante de renome, apareceu por lá/Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo/E decidiu que, com João ele ia acabar/Mas Pablo trouxe uma Winchester-22/E Santo Cristo já sabia atirar/E decidiu usar a arma só depois/Que Jeremias começasse a brigar. Jeremias, maconheiro sem-vergonha/Organizou a Rockonha e fez todo mundo dançar/Desvirginava mocinhas inocentes/Se dizia que era crente mas não sabia rezar/E Santo Cristo há muito não ia pra casa/E a saudade começou a apertar/"Eu vou me embora, eu vou ver Maria Lúcia/Já tá em tempo de a gente se casar"/Chegando em casa então ele chorou/E pro inferno ele foi pela segunda vez/Com Maria Lúcia Jeremias se casou/E um filho nela ele fez/Santo Cristo era só ódio por dentro/E então o Jeremias pra um duelo ele chamou/"Amanhã às duas horas na Ceilândia/Em frente ao lote 14, é pra lá que eu vou/E você pode escolher as suas armas/Que eu acabo mesmo com você, seu porco traidor/E mato também Maria Lúcia/Aquela menina falsa pra quem jurei o meu amor". E o Santo Cristo não sabia o que fazer/Quando viu o repórter da televisão/Que deu notícia do duelo na TV/Dizendo a hora e o local e a razão...

ROTERIO: Está acabando, mas os erros e falhas continuam firme e forte mesmo. Até porque, enquanto na música João nem imagina quem é o tal Jeremias, no longe, ele já conhece o dito cujo momentos depois de “pegar” sua amada Maria Lucia. A tal Rockonha acontece, mas para onde foram as mocinhas inocentes? Porque o que aparece é alguns policias quem nem pra bandido serve fazendo uma emboscada para prender João de Santo Cristo. Seu primo é morto e ele é preso. Maria Lucia então tenta visitar seu amado, ele afasta ela e então, caminho livre para Jeremias que até um filho nela fez (pelo menos isso), mas aí acontece o pior erro de todos, tanto de roteiro, como de cena, sequencia e tudo mais. João descobre que seu amor está esperando um filho do rival, e faz uma fuga tão medíocre, que nem o pior filme B seria capaz de produzir uma ignorância dessa. Então talvez para se redimir, é agora que vamos ver João desafiar Jeremias, jurar a vida de Maria e ser entrevistado por um repórter que vai noticiar o duelo na TV. Haha, enganados novamente, nada disso acontece de novo e a ameaça se torna um recado escrito na mesa com a frase: “Ceilândia, lota 14”. (Doeu muito).

MÚSICA PARTE 6 (FINAL) ... No sábado então, às duas horas/Todo o povo sem demora foi lá só para assistir/Um homem que atirava pelas costas/E acertou o Santo Cristo começou a sorrir/Sentindo o sangue na garganta/João olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir/E olhou pro sorveteiro e para as câmeras e/A gente da TV que filmava tudo ali. E se lembrou de quando era uma criança/E de tudo o que vivera até ali/E decidiu entrar de vez naquela dança/"Se a via-crucis virou circo, estou aqui"/E nisso o sol cegou seus olhos/E então Maria Lúcia ele reconheceu/Ela trazia a Winchester-22/A arma que seu primo Pablo lhe deu. "Jeremias, eu sou homem. coisa que você não é/E não atiro pelas costas não/Olha pra cá filha da puta, sem vergonha/Dá uma olhada no meu sangue e vem sentir o teu perdão"/E Santo Cristo com a Winchester-22/Deu cinco tiros no bandido traidor/Maria Lúcia se arrependeu depois/E morreu junto com João, seu protetor/E o povo declarava que João de Santo Cristo/Era santo porque sabia morrer/E a alta burguesia da cidade/Não acreditou na história que eles viram na TV/E João não conseguiu o que queria/Quando veio pra Brasília, com o diabo ter/Ele queria era falar pro presidente/Pra ajudar toda essa gente que só faz... Sofrer.

ROTERIRO (FINAL) Se o longa seguisse como manda a música não teria um certo alerta de Spoiler nessa parte final, mas tem. Acredite, após absolutamente nada do esperado acontecer, o inesperável que deveria ser então imprevisível acaba caindo no previsível, pois se nada que era para acontecer aconteceu, é claro que não será diferente agora. Lembrando que na música diz: “Todo o povo sem demora foi lá só para assistir”, então pensei, talvez eles estão atrasados, porque o duelo está para acontecer em um campinho de futebol no meio do nada e só mato se vê ao redor, aí o esperado acontece, João é baleado, mas (tem uma “mas”), João é baleado no peito (não pelas costas), no peito mesmo, na sequencia Maria Lucia aparece correndo com a Winchester-22 em punho, mas ainda aquela dúvida: Cadê as bandeirinhas? Cadê a lembrança de quando era criança? Como não tinha “o publico” para aplaudir, cadê o sorveteiro e as câmeras dos agentes da TV? Nada! Nem mesmo o sol aparece para cegar nosso herói e quem ganha uma bala nas costas é Maria Lucia (ué, mas ela não se matou?), não nessa história. Pois bem, como nada é fiel, então João também não precisou gastar saliva antes de dar os cinco tiros em Jeremias. Pelo menos a contagem dos tiros foi feita. E para finalizar, nada de presidente para ouvir o apelo de João de Santo Cristo.

Realmente não da para aceitar isso tudo. A direção é ruim, roteiro... deixa para lá, fotografia dói e o que talvez de uma aliviada é a trilha, que pelo menos faz jus ao gosto musical da época, com muito punk-rock. Mas a certeza é que nem Renato Russo aprovou essa bomba.

Não recomendo mesmo, espero um dia esquecer que presenciei isso.


Nota: 00



Título original: (Faroeste Caboclo)
Lançamento: 2003
Direção: René Sampaio
Roteiro: Marcos Bernstein e Victor Atherino
Duração: 100 min.
Gênero: Drama               
Orçamento: R$ 6 milhões
Distribuidores: Europa Filmes
Classificação: 10 anos


Elenco


Fabrício Boliveira (João de Santo Cristo)
Ísis Valverde (Maria Lúcia)
Felipe Abib (Jeremias)
César Troncoso (Pablo)
Antonio Calloni (Marco Aurélio)
Marcos Paulo (Ney)
Cinara Leal (Teresa)
Rodrigo Pandolfo ( Beto)
Flavio Bauraqui (pai de João)


Curiosidades


- Este é o primeiro longa-metragem que René Sampaio dirige;

- O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein (Central do Brasil) e Victor Atherino;

- Ísis Valverde, conhecida por sua participação em novelas brasileiras, faz sua estreia no cinema;

- O longa estava agendado para estrear em 26 de outubro de 2012 inicialmente, porém o filme enfrentou dificuldades na captação do orçamento necessário para sua finalização. Por isso, o adiamento para 2013 se tornou inevitável;

- Baseado na música "Faroeste Caboclo", de Renato Russo, composta em 1979 e que virou sucesso do grupo Legião Urbana a partir de 1987 com o lançamento do disco "Que País é Este". "Faroeste Caboclo" é a segunda canção mais extensa da Legião Urbana, atrás de "Metal Contra As Nuvens";

- A Copacabana Filmes adquiriu em 2005 os direitos de adaptação para o cinema da música "Faroeste Caboclo";

- O escritor Paulo Lins, autor do livro que gerou o sucesso ‘Cidade de Deus’, prestou consultoria para a dupla de roteiristas de Faroeste Caboclo;

- A principal locação do filme aconteceu no bairro Jardim ABC, em Goiás. Lá, foi construída uma cidade cenográfica para reproduzir a cidade de Ceilândia do anos de 1970, retratada na música;

- É o último trabalho do ator Marcos Paulo, que faleceu em 11 de novembro de 2012.



segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

A Morte do Demônio

A primeira vez é inesquecível!

Tenho a certeza de que é esse sentimento que se passa para o novato diretor Fede Alvarez que também assina pela primeira vez um roteiro. ‘A Morte do Demônio’ é aquele tipo de filme que você não vai esquecer facilmente. A explicação para isso se mistura nesse longa que consegue misturar terror, horror e o sentimento de repulsa que até hoje, além do filme original de 1981 não pode apresentar para os fãs.

E como tudo isso é possível em um único filme? Simples. Primeiro, o filme tem a bendição e produção de Sam Raimi, diretor de ‘Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio’ (1981), garantindo a aprovação do novo filme. Segundo, ao invés de tentar recriar os elementos que tornaram o original tão famoso – a produção pequena, de baixo orçamento, os efeitos assumidamente toscos, o humor – o novo diretor Fede Alvarez decidiu tomar a trama do filme original como ponto de partida para uma obra moderna, e o mais próximo possível do realismo.

O roteiro que dispensa comentários apresenta para o espectador, Mia (Jane Levy), uma garota viciada em drogas. Ela é levada pelos amigos Olivia (Jessica Lucas) e Eric (Lou Taylor Pucci) para uma cabana isolada na floresta, no intuito de realizarem uma longa cura de desintoxicação. Para a surpresa de todos, o irmão de Mia, David (Shiloh Fernandez), rapaz afastado dos amigos e familiares há tempos, também aparece, junto de sua namorada, Natalie (Elizabeth Blackmore). Entretanto, eles são surpreendidos ao descobrirem que a cabana havia sido invadida, e que o porão parece uma espécie de altar grotesco, repleto de animais mortos. Lá eles encontram um livro antigo, trancado. Atraído, Eric resolve abri-lo e lê-lo em voz alta, sem imaginar as consequências de seus atos. Mia começa a manifestar um comportamento estranho, interpretado no início como sintoma da abstinência. No entanto, aos poucos, todos percebem que uma força demoníaca se apoderou de seu corpo.

O filme é perfeito e faz jus ao slogan "O filme mais apavorante que você vera nesta vida". Além de mais apavorante, ele consegue fazer com que o espectador faça parte da trama, principalmente em algumas cenas de mutilações de tirar completamente o folego.

Não apenas pelos efeitos especiais impressionantes, mas pelo uso ostensivo de som e de montagem, esta nova versão nunca poderia ter sido feita 30 anos atrás. Ela funciona como obra independente, e também como refilmagem (ou até mesmo uma “linda” homenagem) ao original. Além disso, ‘A Morte do Demônio’ aproveita que as novas gerações já viram muitas imagens de violência para trazer um conteúdo ainda mais forte que o habitual, repleto de membros cortados, olhos perfurados e vômito escorrendo das bocas.

Alvarez conseguiu adotar uma dinâmica de excessos, e não aliviou o tom das imagens para conseguir uma classificação etária mais branda – algo que seria compreensível, já que o público adolescente é o principal consumidor dos slasher movies. Em apenas 90 minutos, ele inflige todos os tipos de dores e torturas aos cinco belos adolescentes, observando com enorme prazer o calvário de cada um. Talvez falte justamente o suspense: não se brinca com a imaginação do espectador; todo indício de uma aparição demoníaca acaba de fato revelando uma aparição demoníaca.

Mas por preferir ir diretamente ao ponto, o diretor faz uma das obras de terror mais compactas e sucintas do cinema contemporâneo. Se você olhar para os lados em algum momento, terá perdido duas ou três mutilações. Melhor ainda, para manter o espectador concentrado diante de um banho de sangue ininterrupto, o cineasta começa a aumentar o teor das imagens, cada vez mais espetaculares e grandiosas, transcendentais ao limite do religioso, até uma conclusão épica, tão monstruosa quanto bela, em que o sangue impregna cada centímetro da tela e vem lavar, ironicamente, a alma de Mia (Jane Levy).

Recomendo!

Nota: 8,5
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Título original: (Evil Dead)
Lançamento: 2013
Direção: Fede Alvarez
Roteiro: Diablo Cody, Fede Alvarez, Rodo Sayagues Mendez e Sam Raimi
Duração: 90 min.
Gênero: Terror
Orçamento: US$ 14 milhões
Distribuidores: Sony Pictures
Classificação: 18 anos


Elenco


Jane Levy (Mia)
Shiloh Fernandez (David)
Lou Taylor Pucci (Eric)
Jessica Lucas (Olivia)
Elizabeth Blackmore (Natalie)


Curiosidades


- Este é o primeiro longa-metragem dirigido por Fede Alvarez;

- A atriz Lily Collins ‘Espelho, Espelho Meu’ desistiu de estrelar ‘A Morte do Demônio’ por motivo de conflitos de agenda. Jane Levy (da série ‘Suburgatory’) foi contratada para substituí-la;

- Gillian Jacobs chegou a fazer uma audição para a personagem Mia, mas perdeu o papel para Lily Collins. Posteriormente, a atriz desistiu do filme e abriu espaço para a contratação de Jane Levy;

- Agnes Bruckner e Thora Birch fizeram testes para a personagem Natalie. Já Jurnee Smollet-Bell fez uma audição para Olivia;

- Se você pegar a primeira letra dos personagens David, Eric, Mia, Olivia e Natalie perceberá que elas formam a palavra demon (demônio, em inglês);

- Logo no início do filme pode-se ver que a personagem Mia usa um suéter da universidade de Michigan. Trata-se de uma homenagem a Sam Raimi, diretor do filme original, que estudou nesta universidade;

- Apesar de não ser creditada, Diablo Cody escreveu um último tratamento do roteiro do filme;
- Esse é o filme com mais sangue feito até o momento;


- ‘A Morte do Demônio’ é uma refilmagem de ‘Uma Noite Alucinante - A Morte do Demônio’ (1981).

Annabelle

Eu particularmente não consegui entender porque de tantas criticas positivas para o longa ‘Annabelle’. O diretor nem um pouco consagrado John R. Leonetti , o mesmo responsável pela bomba ‘Mortal Kombat - A Aniquilação’ (1997) e ’Efeito Borboleta 2’ (2006), teve talvez até mesmo uma chance para mostrar que poderia quem sabe dessa vez mostrar algo bom, já que, tudo realmente tinha para dar certo, mas não foi isso que eu vi e nem o que aconteceu.

A trama de ‘Annabelle’ é um spin-off do ótimo ‘Invocação do Mal’ (2013), mas infelizmente o longa que prometeu desde sua primeira divulgação um terror original e inesquecível, acabou que esquecendo da promessa e o que se vê é um roteiro nem um pouco bem amarrado como a vista na produção original, que também contava com ótimas atuações de Vera Farmiga e Patrick Wilson. Isso, no entanto, não quer dizer que o filme seja ruim, dá para tolerar algumas coisas, sabendo que o filme se baseia em uma história real sobre uma boneca controlada por forças demoníacas. Os fãs do terror irão matar o tempo literalmente, mas podem esquecer os sustos, e o medo, em nenhum momento o longa consegue fazer com que o espectador se envolva com a história.

Annabelle Wallis (você leu certo!) e Ward Horton vivem os protagonistas Mia e John. Jovens e apaixonados, eles esperam o primeiro filho. Ela cuida da casa, enquanto que ele começa sua residência após a faculdade de medicina. Determinado dia, eles têm a casa invadida por um casal representante de uma seita demoníaca. A mulher acaba se matando no quarto que seria do bebê, morrendo abraçada com uma boneca de Mia.

A partir disso, coisas estranhas e sobrenaturais começam a atormentar o casal e quando você acha que é dessa vez que a história vai desenrolar, tudo para no tempo, ou melhor dizendo, tudo é congelado e o que se vê, são cenas mais clichês impossível e a expectativa de levar bons sustos é deixada de lado.
Porém, nem tudo é ruim nesse longa, a direção de arte, o figurino e o design de produção são excelentes, retratando bem uma Los Angeles dos anos 60, quando a população estava perdendo a sensação de segurança por seitas como as de Charles Manson a qual é retratado no filme rapidamente. Com algumas tentativas de sustos sem sucesso, ‘Annabelle’ é um filme que vai cair fácil no esquecimento de quem sabe realmente apreciar um bom terror.

A direção de John R. Leonetti passa longe de qualquer boa esperança, pois fica claro que algumas situações poderiam ser bem melhor do que poderiam ser. O elenco não chega a ser tão ruim, alguns personagens consegue agradar, como por exemplo, o personagem de Tony Amendola, sendo um padre, que tenta dar conselhos ao casal ajudando na "luta" contra a boneca do mal.

Já a participação de Alfre Woodard como Evelyn, dona de uma livraria é além de cansativa, muito fora de ritmo e sem um desfecho certo para seu personagem, pois a vontade de se tornar a amiga da protagonista é tão rápida e acaba sendo insuportável ver como que a situação desenrola.

Enfim, ‘Annabelle’ pode até ser um bom passatempo, mas passou longe de ser o filme de terror do momento, realmente não da para recomendar.

Nota: 03
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Título original: (Annabelle)
Lançamento: 2014
Direção: John R. Leonetti
Roteiro: Gary Dauberman
Duração: 95 min.
Gênero: Terror
Orçamento: US$ 5 milhões
Distribuidores: Warner Bros. Pictures
Classificação: 16 anos


Elenco


Annabelle Wallis (Mia)
Ward Horton (John)
Alfre Woodard (Evelyn)
Eric Ladin (Detetive Clarkin)
Kerry O'Malley (Sharon Higgins)
Tony Amendola (Padre Perez)
Gabriel Bateman (Robert)
Michelle Romano (Mary)


Curiosidades


- O filme é um spin-off e prelúdio de ‘Invocação do Mal’ (2013), que faturou US$ 318 milhões mundialmente;

- A direção é de John R. Leonetti, diretor de fotografia de ‘Invocação do Mal’ (2013);

- O terror é baseado em fatos reais, em que uma mãe deu de presente para sua filha uma boneca que se mexia sozinha e era possuída por um espírito do mau. Isso aconteceu nos anos 70;

- Um episódio de "The Twilight Zone", de 1963 chamado "Living Doll" envolve uma boneca falante dada a uma garotinha por sua mãe. O vocabulário inocente da boneca, logo assume um tom sinistro, especialmente para o padrasto cruel da menina. A mãe da menina chamava-se Anabelle;

- Em certa cena do filme mostra-se um edifício com um grande logotipo denominado "Barclay". Barclay é o último nome da personagem principal Andy Barclay na popular franquia de terror Chucky. A trama também gira em torno de um boneco possuído;

- Alfre Woodard não tinha visto Invocação do Mal (2013) antes de começar a trabalhar no filme. Em vez disso, ela se preparou fazendo pesquisas sobre a história real que inspirou o longa;


- A boneca existe e está trancada em um museu em Connecticut, visitado somente por um padre que vai abençoa-la duas vezes por mês.

Invocação do Mal

Recentemente falei aqui sobre o horrível ‘Ouija - O Jogo dos Espiritos’ (2014) e de como é difícil hoje em dia encontrar um bom filme de terror. Mas, o difícil não é o impossível! E nesse caso, essa teoria se aplica ao excelente ‘Invocação do Mal’, dirigido por James Wan, o mesmo de 'Jogos Mortais' (2004), 'Sobrenatural' (2010) e 'Velozes e Furiosos 7' (2015). Com um terror muito bem colocado, o longa faz jus ao roteiro com sustos garantidos.

O roteiro muito bem amarrado, nos mostra a cidade de Harrisville, Estados Unidos. Um casal (Ron Livinston e Lili Taylor) muda para uma casa nova ao lado de suas cinco filhas. Inexplicavelmente, estranhos acontecimentos começam a assustar as crianças, o pai e, principalmente, a mãe. Preocupada com algumas manchas que aparecem em seu corpo e com uma sequência de sustos que levou, ela decide procurar um famoso casal de investigadores paranormais (Patrick Wilson e Vera Farmiga), mas eles não aceitam o convite, acreditando ser somente mais um engano de pessoas apavoradas com canos que fazem barulhos durante a noite ou coisas do gênero. Porém, quando eles aceitam fazer uma visita ao local, descobrem que algo muito poderoso e do mal reside ali. Agora, eles precisam descobrir o que é e o porquê daquilo tudo está acontecendo com os membros daquela família. É quando o passado começa a revelar uma entidade demoníaca querendo continuar sua trajetória de maldades.

Baseado em um história real narrada pelo casal mais conhecido do mundo no assunto paranormal, Ed e Lorraine Warren, o longa de Wan, deixa bem claro que sim, ainda é possível fazer um bom longa de terror hoje em dia. Se você gosta de levar uns sustos e, principalmente, sentir uns arrepios dentro da sala escura, ‘Invocação do Mal’ é uma boa escolha.

O elenco faz com que a trama desenrole na medida certa, desde o elenco mirim, aos já veteranos, como por exemplo, e sem dúvida, todo o destaque para o casal Warren, interpretado por Vera Farmiga e Patrick Wilson. Como sempre Farmiga não deixa desejar com sua perfeita atuação na pele da vidente mais conhecida Lorraine Warren, ao lado do seu fiel parceiro e marido, Ed Warren (1926-2013), o casal faz com que o medo que o espectador tanto anseia se torne mais real e imprevisível, um dos pontos altíssimo desse longa.

O roteiro além de citar nas entre linhas, clássicos, como ‘O Exorcista’ e ‘Os Pássaros’, os gêmeos Chad e Carey Hayes não perde uma oportunidade sequer de inserir elementos instigantes e conhecidos, como relógios parando, um porão secreto, chiados de TV, ranger de assoalhos e portas. Além disso, um tradicional (e muito apavorante) puxão de pés na cama tem a companhia nada agradável de uma menina sonâmbula, um armário sinistro e uma brincadeira infantil, já exibida no trailer de arrepiar até os ossos.

Tudo isso, pode apostar, da um sentimento de medo mesmo. Mas também é certo que os mais “descolados” vão identificar uma série de clichês e poderão reclamar de algumas licenças típicas, como as filhas dormindo profundamente, enquanto uma mega cena tensa e barulhenta tá acontecendo com a mãe, entre outras situações, mas como todo bom cinéfilo e amante do gênero, sabe que não devemos se apegar aos detalhes. Mas isso não tira nem um pouco a força da obra, de jeito nenhum e a Warner já tem um "atividade paranormal" para chamar de seu.

O longa tem uma excelente trilha tensa e a direção der James Wan, o criador da franquia ‘Jogos Mortais’ é de arrepiar profundamente. O motivo de tamanha genialidade certamente, está na decisão acertada de não deixar o humor possuir a trama, como já aconteceu em alguns por aí. Ele até existe, mas foi devidamente dominado neste filme, que você pode assistir "com susto". Nos créditos finais, quem já tiver tirado as mãos da frente dos olhos, vai poder ver as fotos dos personagens reais, a família Warren e os Perron.

Nota: 08
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Título original: (The Conjuring)
Lançamento: 2013
Direção: James Wan
Roteiro: Carey W. Hayes e Chad Hayes
Duração: 112 min.
Gênero: Terror, Suspense         
Orçamento: US$ 13 milhões
Distribuidores: Warner Bros.
Classificação: 16 anos


Elenco


Vera Farmiga (Lorraine Warren)
Patrick Wilson (Ed Warren)
Ron Livingston (Roger Perron)
Lili Taylor (Carolyn Perron)
Shanley Caswell (Andrea Perron)
Hayley McFarland (Nancy Perron)
Joey King (Christine Perron)
Mackenzie Foy (Cindy Perron)
Kyla Deaver (April Perron)
Sterling Jerins (Judy Warren)
Shannon Kook-Chun (Drew)


Curiosidades


- Baseado em fatos reais, com a família Perron na cidade de Harrisville, em Rhode Island;

- Apesar das lembranças dolorosas, Roger Perron e seus cinco filhos foram ao local das filmagens de Invocação do Mal;

- A atriz Vera Farmiga contou com a ajuda da verdadeira medium Lorraine Warren, que auxiliou na preparação do longa-metragem;

- As sequências do lar de Ed e Lorraine Warren foram filmadas em uma casa de verdade, decorada pela designer de produção Julie Berghoff com um tapete e papel de parede que remetem aos anos 70;


- O diretor James Wan e o ator Patrick Wilson trabalharam juntos no terror ‘Sobrenatural’ (2010). O filme anterior também trazia um casal morando em uma casa junto com espíritos do mal.