Quando o assunto é história, o diretor e produtor Steven
Spielberg se encarrega de alcançar a perfeição. Foi assim com ‘A Lista de
Schindler’ (1993), 'O Resgate do Soldado Ryan' (1998), 'Munique' (2005) e o
mais recente 'Cavalo de Guerra' (2011). Sendo assim, Spielberg merece um dez
nessa matéria, porque com um blockbuster sobre a Guerra Fria, pode-se esperar
uma enésima produção enaltecendo a coragem americana diante do perigo vermelho.
Felizmente, ‘Ponte dos Espiões’ está distante da euforia militarista. Em
primeiro lugar, este é um filme didático: letreiros e personagens explicam de
modo simplificado as principais características do embate entre os Estados
Unidos e a União Soviética, para que nenhum espectador se sinta deslocado.
Spielberg tem clara preocupação em dialogar com um público amplo.
Por esta porta de entrada escolar, o filme começa a
introduzir, progressivamente, noções complexas como a soberania nacional e a
crise do patriotismo. No caso, a trama apresenta uma dupla ironia em plena Guerra
Fria: quando um espião supostamente soviético é capturado nos Estados Unidos e
outro americano é preso na URSS, o advogado especializado em seguros James
Donovan (Tom Hanks) sem ligações ao governo é encarregado de defender Rudolf
Abel (Mark Rylance), um espião soviético capturado pelos americanos. Mesmo sem
ter experiência nesta área legal, Donovan torna-se uma peça central das
negociações entre os Estados Unidos e a União Soviética ao ser enviado a Berlim
para negociar a troca de Abel por dois prisioneiros americano, capturado pelos
inimigos. Ambos os países fazem questão de repatriar seus conterrâneos, mas
desprezam estes homens que foram capturados (ou seja, fracassaram em permanecer
invisíveis) e provavelmente entregaram informações confidenciais ao inimigo.
Lembrando que o roteiro segue uma história real, é louvável
o cuidado do mesmo em equilibrar os dois lados da guerra. O protagonista é
americano, (claro), mas sua principal característica é trabalhar contra a moral
vigente no país: o advogado James Donovan recusa-se a dar uma defesa fraca a
seu cliente espião, e faz o possível para inocentá-lo, como qualquer advogado
deveria fazer. As altas instâncias do direito americano são vistas como
parciais e corruptas, enquanto o povo é retratado como um grupo de ignorantes
sedentos por sangue.
Mais uma vez a parceria Spielberg e Hanks deu certo, com um
drama envolvente que faz com que o espectador se sinta em meio ao conflito de
nações que estão dispostas a fazer tudo para ter informações do inimigo, em
tempos de conflitos econômicos e comunistas. Por trás da aparência sombria e
dos momentos de humor, o roteiro está muito bem impregnado de melancolia diante
da falência do sistema moral e judicial. Não por acaso, o clímax transforma-se
de fato em um anticlímax, sem ações eletrizantes, sem grandes movimentos de
câmera, apenas um gesto simples, humano e rápido, filmado em enquadramentos
precisos. Quem esperar altas doses de ação pode ficar frustrado, mas os fãs de
diálogos afiados e suspense estratégico terão um prato cheio.
Estamos falando de um filme de guerra, ou melhor dizendo, a
Guerra Fria, atribuída ao período histórico de disputas estratégicas e
conflitos indiretos entre os Estados Unidos e a União Soviética, compreendendo
o período entre o final da Segunda Guerra Mundial (1945) e a extinção da União
Soviética (1991), um conflito de ordem política, militar, tecnológica,
econômica, social e ideológica entre as duas nações e suas zonas de influência.
Mas deixando toda a história politica e comunista de lado,
este é mais um longa que merece total atenção para admiradores ou não da
história. Recomendo mais um grande clássico de Spielberg e Hanks.
Título original: (Bridge of Spies) Lançamento: 2015 Direção: Steven Spielberg Roteiro: Matt Charman, Joel e Ethan Coen Produção: Steven Spielberg, Marc Platt, Kristie Macosko Krieger Duração: 141 min. Gênero: Drama Orçamento: UU$ 60 milhões Distribuidores: Fox Film do Brasil Classificação: 14 anos
Elenco
Tom Hanks (James
B. Donovan)
Mark Rylance (Rudolf Abel)
Scott Shepherd II (Hoffman)
Amy Ryan (Mary McKenna Donovan)
Sebastian Koch (Wolfgang Vogel)
Alan Alda (Thomas Watters)
Austin Stowell (Francis Gary Powers)
Domenick Lombardozzi (Agente Blasco)
Michael Gaston (Williams)
Peter McRobbie (Allen Dulles)
Will Rogers (Frederic Pryor)
Stephen Kunken (William Tompkins)
Joshua Harto (Bates)
Edward James Hyland (juiz Earl Warren)
Marko Caka (Repórter)
Curiosidade
- ‘Ponte de Espiões’ foi indicado ao Oscar 2016 de Melhor
Filme, Ator Coadjuvante (Mark Rylance), Roteiro Original, Trilha Sonora, Design
de Produção e Mixagem de Som;
- O filme é baseado na história real do piloto Francis Gary
Powers;
- O roteiro foi escrito por Matt Charman em parceria com os
irmãos Ethan e Joel Coen;
-Esta é a segunda colaboração entre Steven Spielberg e os
irmãos Coen, Ethan e Joel. Spielberg foi produtor executivo de Bravura Indômita
(2010), cuja direção é dos Coen;
- O título do filme faz referência a uma ponte que ligava a
antiga Berlim Ocidental como o centro da cidade de Potsdam, anteriormente sob o
controle da Alemanha Oriental. O apelido "Ponte de Espiões" surgiu
nos anos 60 por conta de agências de inteligência americana e soviética, que
faziam trocas de prisioneiros em sua área;
- O pai de Steven Spielberg, Arnold Spielberg, era
engenheiro intercambista na Rússia durante a Guerra Fria, logo após Francis
Gary Powers ser abatido, quando houve um tremendo medo e hostilidade entre as
duas nações. Spielberg lembra de ter visto os cidadãos russos formarem fila
para observarem Powers e dizer "vejam o que a América fez." Quando
perceberam os engenheiros americanos, apontaram para eles e disseram:
"Olhem o que o seu país está fazendo conosco", demonstrando o medo e
a raiva que um país sentia do outro;
- A trilha sonora seria de responsabilidade John Williams,
mas o compositor foi substituído por Thomas Newman, de ‘007 - Operação Skyfall’
(2012);
- Tom Hanks e Steven Spielberg já trabalharam juntos no
drama de guerra ‘O Resgate do Soldado Ryan’ (1998), na comédia ‘Prenda-me Se
For Capaz’ (2002) e no drama ‘O Terminal’ (2004). Os dois ainda assinaram a
produção da minissérie ‘Band of Brothers’ (2001);
- Novo encontro de Tom Hanks e Steven Spielberg depois de ‘O
Resgate do Soldado Ryan’ (1998) e ‘Prenda-me Se For Capaz’ (2003);
- Foi indicado ao Globo de Ouro 2016 de Melhor Ator
Coadjuvante (Mark Rylance).
Não tem como não amar Charlie Brown e sua turma, não importa
a sua idade, se você é velho vai recordar a infância dos especiais animados de
natal e as belas tirinhas de Charles M. Shulz (1922-2000) nos jornais. E para
comemorar 50 anos do personagem mais carismático dos quadrinhos que temos a
honra de presenciar, agora em computação gráfica, ‘Snoopy e Charlie Brown
Peanuts – O Filme’.
Uma palavra que define bem o longa é FOFO. Difícil não se
tocar em alguns momentos ou não abrir um grande sorriso em outros. É aquele típico
clássico ressurgindo. ‘Snoopy e Charlie Brown - Peanuts, O Filme’ traz aquele
sentimento de nostalgia e o carinho pelos personagens que até podem fazer muita
gente gostar mais ainda do filme, nada falta.
Na trama, Charlie Brown e sua turma são surpreendidos com a
chegada na cidade de uma nova criança, a garotinha de cabelo ruivo. Brown logo
se encanta pela jovem, mas ao mesmo tempo não acha que seja bom suficiente para
estar ao seu lado. É muito legal reencontrar Linus, Lucy e companhia.
O longa tem tudo de bom mesmo, com uma pequena e leve
exceção, de infelizmente ver o personagem do Snoopy que acaba sendo desperdiçado
com uma fantasia bobinha com a Fifi, mas tirando isso, o longa agrada, e ainda
deixa aquele gostinho de quero mais.
Dirigido por Steve Martino, dos fracos ‘Horton’ e ‘O Mundo
dos Quem’, ‘Peanuts’ é divertido e tem tudo para agradar as crianças e alguns mais
velhos. Mas os verdadeiros fãs dos personagens irão sentir falta de uma maior
complexidade no estudo da vida infantil. E a partir disso fica a vontade de ver
mais e muito mais, por que não uma pequena franquia por aí?
Nota: 08
Título original: (Snoopy e Charlie Brown Peanuts) Lançamento: 2016 Direção: Steve Martino Roteiro: Bryan Schulz, Cornelius Uliano e Craig Schulz Produção: Craig Schulz, Bryan Schulz, Cornelius Uliano e Paul Feig Duração: 102 min. Gênero: Animação Orçamento: US$ 100 milhões Distribuidores: 20th Century Fox Classificação: Livre
Elenco
Bill Meléndez (Snoopy / Woodstock)
Noah Schnapp (Charlie Brown)
Hadley Belle Miller (Lucy Van Pelt)
AJ Teece (Chiqueirinho)
Noah Johnston (Schroeder)
Venus Schultheis (Patty Pimentinha)
Alexander Garfin (Linus Van Pelt)
Francesca Capaldi (Ruivinha / Frieda)
Mar Mar (Franklin Armstrong)
Mariel Sheets (Sally Brown)
Rebecca Bloom (Marcie)
William Alexander Wunsch (Shermy)
Anastasia Bredikhina (Patty)
Madisyn Shipman (Violet Gray)
Elenco
brasileiro
Bill
Meléndez (Snoopy / Woodstock)
Arthur Salerno (Charlie Brown)
Mariana Dondi(Lucy Van Pelt)
Luiz Felipe (Chiqueirinho)
Rafael Mezadri (Schroeder)
Victoria Alexandre (Patty Pimentinha)
Enzo Dannemann (Linus Van Pelt)
Isabele Cunha (Ruivinha)
Isabella Koppel (Frieda)
Pedro Kahn (Franklin Armstrong)
Eduarda Morás (Sally Brown)
Beatriz Messias (Marcie)
Edu Pinheiro (Shermy)
Noa Bicalho (Patty)
Luisa Laynes (Violet Gray)
Curiosidade
- ‘Snoopy & Charlie Brown - Peanuts, O Filme’ é baseado
na história em quadrinhos do cartunista Charles M. Shulz (1922-2000);
- O longa comemora os 65 anos da história em quadrinhos e os
50 anos da animação ‘O Natal do Charlie Brown’ (1965);
- A direção é de Steve Martino, o mesmo de ‘Horton’ e ‘O
Mundo dos Quem’ (2008);
- Os roteiristas Craig Schulz e Bryan Schulz são
respectivamente filho e neto do criador de Charlie Brown e sua turma;
- O longa em computação gráfica foi produzido pela Blue Sky
Studios;
- Para marcar o aniversário de Snoopy, o diretor Steve
Martino divulgou um vídeo ensinando o passo a passo de como desenhar o
personagem;
- A produção foi indicada ao Globo de Ouro 2016 de Melhor
Animação.
Em se tratando de animação, uma coisa é certa: Pixar nunca
vai decepcionar seus fãs. Mas, infelizmente o “nunca” é tempo de mais e nada
dura para sempre. O mais novo longa ‘O Bom Dinossauro’, é uma produção
diferente do que estamos acostumados a ver, em se tratando da poderosa
produtora, chega a convencer, mas o agradar fica difícil. Porém, ele pode até
não ser tão bom quanto às produções anteriores, mas aquelas mensagens positivas
e a magia estão ali, meio escondidas, mas está ali. A premissa é: e se o asteroide
que atingiu a Terra há 65 milhões de anos, extinguindo os dinossauros, tivesse
errado o alvo? Um ponto de partida criativo e condizente com as especulações
fantasiosas do estúdio a respeito do “cotidiano”, mas que resulta em um filme
que não tem a mesma força das produções anteriores da companhia.
A direção da vez ficou para o novato Peter Sohn que até
aqui, só dirigiu o curta 'Parcialmente Nublado’ (2009), mas fez um bom trabalho.
Na trama, uma vez que a tragédia maior (a colisão) é evitada, conhecemos Arlo e
sua família. A espécie do nosso herói vive em paz com a família, tendo a
agricultura como base da sobrevivência do grupo – outra boa sacada, quando o
filme do diretor Peter Sohn põe nas patas dos jurássicos animais o
desenvolvimento da prática agrícola como inevitável. Após viver uma tragédia
pessoal, o jovem protagonista se perde da família e – ao formar uma dupla com o
humano Spot (menino, que é uma espécie de animal de estimação do dinossauro),
tem como missão a jornada de volta para casa.
Note que “não ser tão bom quanto às produções anteriores”
não significa não ter força nenhuma. Apesar de não ser exatamente emocionante
(no sentido de excitante), The Good Dinosaur (no original) é emotivo; ou seja,
apela para o coração, mais do que entrega uma experiência de diversão completa
– a que a Pixar nos acostumou.
É em momentos assim, que percebemos que já foi aquele tempo
em que as animações eram um tipo de produção destinado única e exclusivamente
ao público infantil. Os supracitados (ou referenciados) ‘Toy Story’, ‘Monstros
S.A’. e ‘Os Incríveis’ (só para permanecer na Pixar), por exemplo, são provas
de que “desenho animado” pode agradar tanto às crianças quanto aos pais que as
levam aos cinemas. E é nesse sentido que ‘O Bom Dinossauro’ deixa a desejar.
Com uma trama quase pueril, o resultado é “apenas” infantil. A aparição do
Forrest Woodbush (voz do próprio Sohn), um tricerátopo meio hippie, meio
nonsense, é um lampejo em meio aos personagens um tanto quanto previsíveis. Mas
é só uma participação, infelizmente, desse que poderia até ser o alívio cômico
do filme.
É sutil a construção das relações entre os personagens –
principalmente o elo que se estabelece entre Arlo e Spot –, com o intuito de
espalhar a mensagem do quão importante à família é – o que é conduzido evitando
a pieguice (ufa!).
Tem a magia da Pixar, tem aquela mensagem sobre o quanto uma
amizade é importante, mas ficou aquele sentimento de que faltou algo, faltou
alguma coisa. Pode até ser cedo para falar, mas, algo inédito pode acontecer na
premiação do Oscar esse ano, na categoria Melhor Animação.
Nota: 05
Título original: (The Good Dinosaur) Lançamento: 2016 Direção: Peter Sohn Roteiro: Peter Sohn, Erick Benson e Bob Peterson Produção: Denise Ream Duração: 100 min. Gênero: Animação Orçamento: US$ 200 milhões Distribuidores: Walt Disney Studios Motion Pictures Classificação: Livre
Elenco
Raymond Ochoa (Arlo) – Apatossauro
Jack Bright (Spot) - Homo Sapiens
Jeffrey Wright (Papai Henry) – Apatossauro
Frances McDormand (mamãe Ida) – Apatossauro
Marcus Scribner (Buck) – Apatossauro
Maleah Padilla (Libby) – Apatossauro
Steve Zahn (Tempestade / Trovoada) - Pterodáctilo
Sam Elliott (Butch) - T-Rex
Anna Paquin (Ramsey) - T-Rex
AJ Buckley (Nash) - T-Rex
Peter Sohn (Colecionador de bichos) – Estiracossauro
Dave Boat (Bubbha) – Velociraptor
Mackenzie Grant (Melvin) - Velociraptor
Carrie Paff (Lurleane) – Velociraptor
John Ratzenberger (Earl) – Velociraptor
Elencobrasileiro
Pedro Henrique (Arlo) – Apatossauro
Jack Bright (Spot) - Homo Sapiens
Anderson Coutinho (Papai Henry) – Apatossauro
Marli Bortoletto (mamãe Ida) – Apatossauro
Lipe Volpato (Buck) – Apatossauro
Anna Giulia Chantre (Libby) – Apatossauro
Hermes Baroli(Tempestade / Trovoada) – Pterodáctilo
Antônio Moreno(Butch) - T-Rex
Shallana Costa (Ramsey) - T-Rex
Luiz Laffey (Nash) - T-Rex
Cesar Marchetti (Colecionador de bichos) – Estiracossauro
Anderson Bizzocchi (Bubbha) – Velociraptor
Daniel Nascimento (Melvin) - Velociraptor
Priscila Franco (Lurleane) – Velociraptor
Elídio Sanna (Earl) – Velociraptor
Curiosidade
- O personagem Arlo apareceu como um brinquedo num quarto de
criança na animação ‘Universidade Monstros’ (2013);
- Peter Sohn faz sua estreia na direção de longa-metragem.
Ele comandou o curta ‘Parcialmente Nublado’ (2009) e foi animador de ‘Os
Incríveis’ (2004) e ‘Ratatouille’ (2007);
- Sohn também esteve na equipe de animação e dublagem de
vários outros projetos da Pixar;
- O filme é produzido por John Lasseter, diretor de
animações da franquia ‘Carros’;
- ‘O Bom Dinossauro’ seria lançado em 2014, mas sofreu
atraso quando Bob Peterson foi afastado da direção. Os motivos não foram
divulgados pela Disney e Peterson assina apenas o roteiro;
- O roteirista Bob Peterson está entre os autores. Ele foi
um dos responsáveis por ‘Up: Altas Aventuras’ (2009) e ‘Procurando Nemo’
(2003);
- Junto com as cópias de ‘O Bom Dinossauro’, também será
exibido o curta-metragem da Pixar, ‘Sanjay's Super Team’ (2015);
- A produção foi indicada ao Globo de Ouro 2016 de Melhor
Animação.
Nos anos 1980 a trilogia de Mad Max estourou, conquistando fãs
pelo mundo todo sem dúvida. Mel Gibson na pele do protagonista casca dura fez
um ótimo trabalho, tornando seu personagem inesquecível. O responsável por trás
das câmeras era Byron Kennedy que dirigiu ‘Mad Max’ (1979) e ‘Mad Max 2: A
Caçada Continua’ (1981), sendo o último da trilogia dirigido por George Miller,
‘Mad Max: Além da Cúpula do Trovão’ (1985). Desde então, muito se ouvia em um
quarto filme, até que anos e anos depois, surge à notícia que a continuação
estava confirmada, mais uma vez, Miller e Gibson unidos em mais uma grande
aventura, então, uma notícia que desanimou os fãs: Dificuldades em filmar na
Austrália acabaram adiando a produção e o ator resolveu pular fora. Quase uma
década depois, foram iniciadas as filmagens, mas agora com Tom Hardy e Charlize
Theron à frente do elenco. Restava a dúvida: valia a pena fazer um Mad Max sem
Mel Gibson? Tudo apontava para um grande NÃO, mas...
Eis que os produtores não só fizeram grande justiça aos
originais como criaram o melhor filme da franquia. Não há discussão. É claro
que o primeiro ‘Mad Max’ é icônico e foi muito importante na época, que ‘Mad
Max 2 - A Caçada Continua’ foi fundamental no desenvolvimento de uma visão
pós-apocalíptica, mas nenhum dos dois (do três nem se fala) alcança o nível de
qualidade visto em ‘Mad Max: Estrada da Fúria’.
Miller mais uma vez dispensou qualquer tipo de comentário negativo.
O roteiro dessa vez nos mostra que após ser capturado por uma comunidade, Max (Tom
Hardy) é usado como banco de sangue para soldados feridos. O líder local,
Immortan Joe (Hugh Keays-Byrne), usa o fato de ser o detentor de uma grande
reserva de água para explorar toda sua população. Além de capturar pessoas para
"doarem" sangue, ele tem doadoras de leite e até mulheres que existem
para carregarem seus filhos. Quando uma de suas pessoas de confiança foge da
comunidade, Joe vai atrás dela com todo seu exército. Por acaso, Max se vê em
meio a essa disputa. Ajudar Furiosa (Charlize Theron) em sua luta contra Joe,
onde se vê dividido entre mais uma vez seguir sozinho seu caminho ou ficar com
o grupo rebelde.
A química entre Tom Hardy e Charlize Theron fez com que
qualquer fã da trilogia – agora se tornando uma franquia -, esquecesse por 120
minutos o legado de Mel Gibson nos anos 1980. Não que a trilogia do passado
tenha sido passada para trás depois do ‘Estrada da Fúria’, mas realmente não
tem como não elogiar o novo longa que alcança a perfeição em todos os momentos.
As sequencias de ação, envolvendo perseguição de tirar o
folego, pancadaria, tiroteio e tudo mais que os fãs de Mad Max estão
acostumados, mas com um nível a mais, graças à tecnologia de hoje. Os efeitos
especiais agrada em toda sequencia. George Miller, após 30 anos, demonstrou ter
ficado todo este tempo acumulando energia para esta continuação. Nas últimas
décadas, ele fez ‘O Óleo de Lorenzo’, ‘Babe - O Porquinho Atrapalhado na Cidade’
e ‘Happy Feet - O Pinguim’. Filmes que realmente não passaram de grande
decepção e perda de tempo para qualquer espectador. Mas, agora, ele solta a
energia reprimida sem pensar duas vezes. Insano. Este é o melhor adjetivo para
descrever o novo ‘Mad Max’. Estamos diante do melhor filme de ação do ano de
2015. E é difícil imaginar que algum outro vá superá-lo neste sentido.
Também merece destaque a trilha sonora de Tom Holkenborg,
mais conhecido como Junkie XL. O DJ holandês criou uma trilha original e
impactante. Do ponto de vista musical, deve-se elogiar a opção de Miller de
criar uma espécie de "carro de som", em que vemos uma guitarra
ardendo em fogo com o melhor do Rock n’ Roll, que o longa pede, além de
tambores em cena. Sendo condizente com o universo Mad Max.
Título original: (Mad Max: Fury Road) Lançamento: 2015 Direção: George Miller Roteiro: Brendan McCarthy, George Miller e Nick Lathouris Duração: 120 min. Gênero: Ação Orçamento: US$ 100 milhões Distribuidores: Warner Bros. Pictures Classificação: 14 anos
Elenco
Tom Hardy (Max
Rockatansky)
Charlize Theron (Furiosa)
Zoë Kravitz (Toast)
Nicholas Hoult (Nux)
Rosie Huntington-Whiteley (Splendid)
Riley Keough (Capable)
Nathan Jones (Rictus Erectus)
Josh Helman (Slit)
Hugh Keays-Byrne (Immortan Joe)
Megan Gale (Valkyrie)
Angus Sampson (Organic Mechanic)
Abbey Lee (The Dag)
Richard Norton (Imperator)
Courtney Eaton (Fragile)
John Howard (Eater)
Joy Smithers (The Vuvalini)
Curiosidades
- Este é o quarto filme da franquia ‘Mad Max’. A trama,
inclusive, se ambienta pouco tempo depois de Mad Max ‘Além da Cúpula do Trovão’
(1985);
- Tom Hardy ‘A Origem’ interpreta Max Rockatansky, papel
vivido por Mel Gibson nos três longas anteriores;
- Do elenco original só volta o ator Hugh Keays-Byrne. Ele
foi o vilão Toecutter em Mad Max (1979);
- O ator Jeremy Renner se interessou pelo papel do
protagonista. Já o ator Liam Fountain, que interpretou o personagem título no
curta-metragem ‘Mad Max Renegade’ (2011), chegou a fazer teste, mas não passou;
- O roteirista Nick Lathouris atuou em ‘Mad Max’ (1979);
- Os atores Charlize Theron e Nicholas Hoult já trabalharam
juntos em ‘Lugares Obscuros’ (2015);
- A atriz Teresa Palmer teve de abandonar a produção em
função de atrasos nas filmagens. Em seu lugar entrou Abbey Lee;
- No Globo de Ouro 2016, a produção foi indicada nas
categorias Melhor Filme de Drama e Diretor.
Se existe um filme, ou melhor, uma franquia que dispensa
comentários quando o assunto é ação, essa só pode ser ‘Velozes e Furiosos’, que
nos deu o ar de sua graça em 2001, sobre o comando de Rob Cohen na direção, o
mesmo que comandou ‘Triplo X’ (2002), ‘A Múmia - Tumba do Imperador Dragão’ (2008)
e ‘O Garoto da Casa ao Lado’ (2015). Mas agora em ‘Velozes e Furiosos 7’, a
direção fica por conta de James Wan, diretor até então, experiente em filmes de
terror, como ‘Jogos Mortais’ (2004) e 'Invocação do Mal' (2013), porém, Wan
conseguiu fazer uma sequencia mais empolgante que os antecessores sem cair nos
clichês do gênero.
O fato é que ‘Velozes e Furiosos’ sempre foi uma franquia
que abraçou todo o absurdo. Ao longo dos anos, as cenas de ação foram ficando
cada vez mais exageradas, assim como as falas de Vin Diesel sobre o real
significado da família. Diante da necessidade/responsabilidade de se prestar
uma homenagem, também era de se esperar que exagerassem no peso dramático. E é
justamente isso que aconteceu em ‘Velozes e Furiosos 7’ não economiza em
homenagens ao ator Paul Walker, que faleceu em novembro de 2013, sem completar
as filmagens da produção.
Dessa vez o roteiro tem uma boa sequencia após os
acontecimentos em Londres, Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Walker), Letty
(Michelle Rodriguez) e o resto da equipe tiveram a chance de voltar para os
Estados Unidos e recomeçarem suas vidas. Mas a tranquilidade do grupo é
destruída quando Deckard Shaw (Jason Statham), um assassino profissional, quer
vingança pela morte de seu irmão. Agora, a equipe tem que se reunir para
impedir este novo vilão. Mas dessa vez, não é só sobre ser veloz. A luta é
também pela sobrevivência.
Não tem o que falar. Roteiro e produção mais uma vez estão impecáveis,
uma trilha envolvente, seja sonora ou efeito, e sem esquecer dos exagerados
efeitos especiais de encher os olhos com muita adrenalina e emoção. Neste
sentido, quem for em busca de muita ação vai se deliciar com cenas de perseguição
e brigas incríveis (Jason Statham x Dwayne Johnson, Michelle Rodriguez x Ronda
Rousey, Paul Walker x Tony Jaa...) e com um número infinito de sequências
absurdas. Além também de várias sequências de veículos voando, sendo a mais
absurda a passada em Abu Dhabi, já amplamente divulgada nos trailers. A escolha
pela capital dos Emirados Árabes Unidos é curiosa, mas também simbólica, uma
vez que ‘Velozes e Furiosos’ está cada vez mais perto de ‘Missão Impossível’.
O elenco mais uma vez está em boa sintonia, embora ninguém
ligue muito para a jornada de redescoberta da personagem de Michelle Rodriguez.
Jordana Brewster é deixada praticamente de lado, enquanto que Tyrese Gibson e
Ludacris surgem como alívio cômico. Dentre as novidades, Nathalie Emmanuel não
compromete e Kurt Russell oferece uma performance bem cool como o agente
especial Sr. Ninguém.
Ao final, é difícil não ficar tocado com as homenagens à
Walker. Por mais piegas que seja o texto, com direito a frases do tipo
"ele vai estar sempre comigo" ou "será para sempre meu
irmão", é realmente emocionante ver uma equipe ter que dizer adeus a um de
seus integrantes. Por sinal, é possível identificar alguns jogos de câmera que
escondem o rosto do ator em alguns momentos, mas nunca fica claro a utilização
de outro ator ou de efeitos visuais.
Assim como nos últimos filmes, Diesel fala algumas vezes que
"chegou a hora do desafio final", mas como já sabemos, teremos novos ‘Velozes
e Furiosos’ pela frente. E que continue sempre assim, trazendo o melhor da fotografia,
ação exagerada, com muita perseguição, pancadaria e tiroteio.
Recomendo!
Nota: 09
Título original: (Furious 7)
Lançamento: 2015
Direção: James Wan
Roteiro: Chris Morgan
Produção: Neal H. Moritz, Vin Diesel e Michael Fottrell
Duração: 140 min.
Gênero: Ação
Orçamento: UU$ 190 milhões
Distribuidores: Universal Pictures
Classificação: 14 anos
Elenco
Vin Diesel
(Dominic Toretto)
Paul Walker (Brian O'Conner)
Michelle Rodriguez (Letty Ortiz)
Tyrese Gibson (Roman Pearce)
Chris ‘Ludacris’ Bridges (Tej Parker)
Jordana Brewster (Mia Toretto)
Dwayne Johnson (Luke Hobbs)
Kurt Russell (Frank Petty)
Jason Statham (Deckard Shaw)
Ronda Rousey (Kara)
Djimon Hounsou (Mose Jakande)
Tony Jaa (Kiet)
Nathalie Emmanuel (Megan Ramsey)
Elsa Pataky (Elena Neves)
John Brotherton (Sheppard)
Ali Fazal (Safar)
Romeo Santos (Mando)
Curiosidades
- A produção do filme foi interrompida em 1º de dezembro de
2013 após a trágica morte de Paul Walker, devido a um acidente automobilístico
em 30 de novembro de 2013. As filmagens aconteciam em Atlanta e o longa estava
programado para ser lançado em 11 de julho 2014. O diretor James Wan e os
executivos da Universal realizaram uma teleconferência para determinar como
procederiam com o projeto de uma forma respeitosa à memória de Walker. Paul
estava prestes a finalizar suas cenas no momento em que veio a falecer. Embora
tenha havido algumas considerações sobre cancelar a produção, a obra foi
finalmente retomada, sendo o roteiro reescrito, a fim de resolver a ausência de
Walker e proporcionar ao personagem um digno "bota-fora";
- Paul Walker já tinha filmado a maior parte de suas cenas.
Mas a produção também conta com o trabalho dos dublês, CGI e os irmãos do ator,
Caleb e Cody, e o uso de computação gráfica para concluir a participação de
Walker na franquia;
- Denzel Washington recusou participar do longa. A Universal
Studios estava em busca de uma grande estrela para interpretar um papel menor
no filme e, em seguida, desempenhar um papel maior na continuação. Mais tarde,
Kurt Russell foi escalado. Taylor Lautner e Halle Berry também foram
considerados. A atriz indiana, Deepika Padukone teve de abandonar o projeto
devido a conflitos de agenda;
- Jason Statham tem duas cenas de luta: uma com Dwayne
Johnson e outra com Vin Diesel;
- Com 2 horas e 17 minutos de
duração, este é o filme mais longo da franquia;
- O vilão do longa foi vivido por Jason Statham. Ele fez uma
ponta em ‘Velozes & Furiosos 6’ (2013) e chegou a negociar para viver o
vilão da trama, mas o papel ficou com Luke Evans;
- A rapper Iggy Azalea faz uma participação especial no
filme;
- A lutadora do UFC Ronda Rousey, que fez sua estreia como
atriz em ‘Os Mercenários 3’, faz uma participação especial no filme;
- A atriz inglesa Nathalie Emmanuel, conhecida por seu papel
como Missandei na série ‘Game of Thrones’, também integra o elenco;
- A produção foi indicada ao Globo de Ouro 2016 de Melhor
Canção.
Um grande destaque do ano de 2015, sem dúvida foi ‘Birdman
ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)’, longa de Alejandro González Iñárritu,
responsável pelo ótimo ’21 Gramas’ (2003) e o mais novo prometido ao Oscar ‘ORegresso’ (2016). O mexicano com um dedo incisivo, muitas vezes acusador e sem
medo das consequências, se o ressaltado é feio ou bonito. Em 'Birdman', o dedo de
Iñárritu aponta para a indústria do entretenimento. Como um todo.
Mas não pense você que se trata de um típico filme de heróis
pelo típico nome do filme, lembre-se, nunca julgue um livro pela capa. Porém,
não fica tão longe de um filme de herói, talvez assim fica possível aceitar o
meio termo aqui. ‘Birdman’ oferece um retrato ao mesmo tempo cínico e realista,
com um olhar distanciado típico de quem é de fora e não possui ligações
afetivas que embacem a realidade. No filme, o personagem principal é um
ex-astro do cinema que viveu seu auge quando interpretou o personagem do
título, um super-herói bastante popular. Quando recusou a terceira sequência, seu
mundo começou a ruir, lentamente. Para interpretá-lo, um ator que passou por
uma jornada um tanto quanto parecida: Michael Keaton, (ex-Batman), há anos sem
um papel relevante nas telonas. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? As
duas coisas.
O roteiro muito bem amarrado faz com que o espectador se
sinta na pele do protagonista, muito bem feio por Keaton, que consegue ficar irreconhecível.
Sendo esta uma mescla que conduz as várias sub-tramas envolvidas na trama. Ao
mesmo tempo em que se pode acompanhar a derrocada do antigo homem-pássaro, e
seu esforço para se reerguer ao dirigir e estrelar uma peça teatral – teatro dá
prestígio! -, percebe-se coadjuvantes que, cada um à sua maneira, pensam apenas
em si. É o ator do momento que surta de vez em quando (Edward Norton), a atriz
que pena devido a relacionamentos antigos (Naomi Watts), o agente preocupado
que à todo momento busca a melhor maneira de lucrar em cima do que está
acontecendo (Zach Galifianakis), a filha meio deslocada que sente a falta de
afeto vindo do pai (Emma Stone) e tantos outros que compõem esta fauna em busca
da vitória prometida pelo sonho americano.
Uma sensação que por vezes mistura realidade e ilusão, onde
o desejado se manifesta através da voz e da figura de ‘Birdman’, como se este
fosse um fantasma a perseguir seu alter-ego. Eles são uns só indissociáveis, e
a contínua aparição nada mais é do que a voz da consciência questionando seus
atos, dia após dia. E, de quebra, trazendo um retrato objetivo sobre aquele
mundo ao seu redor, (ufa!). Sim, tudo isso acontece durantes os 119 minutos de
um longa que merece todo o respeito de um bom apreciador da Sétima Arte.
Com um roteiro repleto de diálogos sarcásticos e um elenco
coeso muito competente, com destaque maior para os olhares reveladores de Emma
Stone e Naomi Watts (que estão ótimas mesmo), ‘Birdman’ é um filme lúdico que
diz muito sobre o mundo atual, onde a fama é algo a ser conquistado a todo
custo e a palavra perde cada vez mais espaço para a beleza de imagens vazias.
Trata-se de um filme absolutamente crítico: a Hollywood, a
Broadway, ao modus operandi do ramo do entretenimento, nos Estados Unidos e
também em vários países (o Brasil inclusive, claro), sem deixar de cutucar
também a própria crítica profissional neste gigantesco mecanismo inflado pelo
ego.
Um filme para pensar e também para divertir, saboreando as preciosidades
que Iñárritu espalhou ao longo de sua duração, seja com situações
deliciosamente bizarras ou até meigas, onde o ritmo frenético diminui para
ressaltar o brilho das atuações. Destaque para a brilhante analogia com os filmes
de super-heróis!
Título original: (Birdman or (The Unexpected Virtue of
Ignorance)) Lançamento: 2015 Direção: Alejandro González Iñárritu Roteiro: Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris,
Jr. e Armando Bó Produção: Alejandro González Iñárritu, John Lesher, Arnon Milchan e James W.
Skotchdopole Duração: 119 min. Gênero: Drama, Comédia Orçamento: UU$ 18 minlhões Distribuidores: Fox Searchlight Pictures Classificação: 16 anos
Elenco
Michael
Keaton (Riggan Thomson)
Edward Norton (Mike Shiner)
Emma Stone (Sam Thomson)
Naomi Watts (Lesley)
Zach Galifianakis (Jake)
Andrea Riseborough (Laura)
Amy Ryan (Sylvia Thomson)
Lindsay Duncan (Tabitha
Dickinson)
Merritt Wever (Annie)
Jeremy Shamos (Ralph)
Curiosidades
- ‘Birdman’ venceu o Oscar 2015 de Melhor Filme, Diretor
(Alejandro González Iñárritu), Roteiro Original e Direção de Fotografia;
- O longa concorreu ao Leão de Ouro em Veneza, além de ser a
atração de abertura do festival;
- ‘Birdman’ liderou as indicações ao Globo de Ouro 2015
tendo recebido sete indicações nas categorias de Melhor Filme – Comédia ou
Musical, Melhor Ator - Comédia ou Musical (Michael Keaton), Melhor Ator
Coadjuvante (Edward Norton), Melhor Atriz Coadjuvante (Emma Stone), Melhor
Diretor (Alejandro González Iñárritu), Melhor Roteiro (Alejandro González
Iñárritu) e Melhor Trilha Original;
- Está é a primeira comédia dramática na carreira do
cineasta mexicano Alejandro González Iñárritu, que dirigiu ‘Amores Brutos’
(2000), ‘Babel’ (2007) e ‘Biutiful’ (2011);
- A peça de teatro que marca o retorno de Riggan Thomson
(Michael Keaton) é inspirada em um conto de Raymond Carver chamado ‘What We
Talk About When We Talk About Love’ ("O que falamos, quando falamos sobre
o amor", em tradução literal), publicado em 1981, e conta a história de
Mel McGinnis, um cardiologista de quarenta anos e seus amores;
- Não foi à toa que o diretor escolheu Michael Keaton para o
papel principal. Na verdade, o problema de Riggan Thomson é similar ao de
Keaton, que ganhou fama no final dos anos 1980 quando interpretou Batman antes
de "sumir";
- A produção venceu o Globo de Ouro nas categorias Melhor
Ator de Comédia ou Musical (Michael Keaton) e Melhor Roteiro;
- O filme foi em grande parte gravado dentro do St. James
Theatre da Broadway - Michael Keaton e o resto do elenco tiveram que adaptar-se
ao estilo de filmagem rigoroso de Alejandro González Iñárritu, que os exigiu a
realizar 15 páginas de diálogo em um momento, enquanto faziam marcações
precisamente coreografadas;
- Filme de abertura do Festival de Veneza 2014;
- Durante a conferência de imprensa no camarim de Riggan,
ele diz que não interpreta Birdman desde 1992. Esse é o mesmo ano em que Batman
- O Retorno (1992) foi lançado, além de ser o último filme Batman estrelado por
Michael Keaton;
- O longa foi filmado em menos de um mês;
-Ao lado de Michael Keaton, que interpretou Batman nos
filmes de Tim Burton, tanto Edward Norton quanto Emma Stone desempenharam
icônicos personagens de quadrinhos. Norton interpretando Bruce Banner em 'O
Incrível Hulk' (2008) e Stone como Gwen Stacy na franquia O 'Espetacular
Homem-Aranha' (2012);
- Birdman faturou o prêmio SAG 2015 de Melhor Elenco.
Sou um fã assumido de Legião Urbana, sempre admirei Renato
Russo e fiquei feliz por saber que uma de suas músicas iria se tornar filme. No
começo fiquei ansioso, mas depois de ver tantos problemas antes do filme
estrear, que minha ansiedade transformou em só mais uma espera e depois sumiu,
não tive coragem de ver no cinema e esperei até agora para enfim assistir
‘Faroeste Caboclo’.
Bom, vou tentar não levar para o lado pessoal da coisa.
Primeiro, que fique bem claro que eu não tenho nenhum preconceito por filmes
nacionais, muito pelo contrário, existem produções nacionais digna de
reconhecimento, como por exemplo, ‘Tropa de Elite 1 e 2’, ‘Estomago’, ‘Caixa
Dois’, ‘O Homem Que Copiava‘, entre outros. Mas o que realmente é um perigo, é
quando temos um filme com um roteiro já “pré-criado”, pois trata-se de um filme
baseado numa música conhecida por todos, e um diretor estreante que com certeza
fez tudo nesse longa, menos dirigir. A direção de René Sampaio é horrível,
chega a doer, falhas e mais falhas, seguindo um roteiro confuso cheio de baixos
e baixos, nada da certo e o que você vê é algo tão fora de contexto que chega a
ser chato demais.
Apesar de não precisar explicar a sinopse desse longa, que infelizmente está completamente fora de
qualquer sequencia da música, a trama mostra João (Fabrício Boliveira), que
logo a perda da mãe (isso mesmo, da mãe), deixa Santo Cristo em busca de uma
vida melhor em Brasília (hein?). Ele quer deixar o passado repleto de tragédias
para trás. Lá, conta com o apoio do primo (de novo, mas hein?) e traficante
Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conhecido como João de
Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que
mantém um emprego como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e
inquieta Maria Lúcia (Ísis Valverde), filha de um senador (Perai, Senador?)
(Marcos Paulo), por quem se apaixona loucamente. Os dois começam uma relação
marcada pela paixão e pelo romance, mas logo João se verá em meio a uma guerra
com o playboy e traficante Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder
(desisto, sério, chega, já deu!).
Pois bem. Vamos ao roteiro, algo que eu quero destacar em
detalhes e com muito cuidado, para que quem sabe um dia os roteirista e René,
possam ler essa minha crítica e ver o quanto eles erraram, (mas por favor, sem
Remake!). Acredito que todos conhecem a letra, mas vou mesclar, letra e
roteiro. Primeira parte:
MÚSICA 1ª PARTE: Não tinha medo o tal João de Santo
Cristo/Era o que todos diziam quando ele se perdeu/Deixou pra trás todo o
marasmo da fazenda/Só pra sentir no seu sangue o ódio que Jesus lhe deu/Quando
criança só pensava em ser bandido/Ainda mais quando com um tiro de soldado o
pai morreu/Era o terror da cercania onde morava/E na escola até o professor com
ele aprendeu. Ia pra igreja só pra roubar o dinheiro/Que as velhinhas colocavam
na caixinha do altar/Sentia mesmo que era mesmo diferente/Sentia que aquilo ali
não era o seu lugar/Ele queria sair para ver o mar/E as coisas que ele via na
televisão/Juntou dinheiro para poder viajar/De escolha própria, escolheu a
solidão. Comia todas as menininhas da cidade/De tanto brincar de médico, aos
doze era professor/Aos quinze, foi mandado pro reformatório/Onde aumentou seu
ódio diante de tanto terror/Não entendia como a vida funcionava/Discriminação
por causa da sua classe e sua cor/Ficou cansado de tentar achar resposta/E
comprou uma passagem, foi direto a Salvador...
ROTEIRO: Não lembro em parte alguma do filme mostrar a
infância de João, mas é claro, pois em nenhum momento a infância dele é
mostrada, o máximo é alguns flashback que o protagonista tem sobre UM momento
com o pai, onde por causa de um desentendimento no bar o pai dele é morto por
um policial, veja bem, não um soldado, onde é morto por vários tiros, e não um
apenas. “Quando criança só pensava em
ser bandido”, estranho, pois no longa ele vive falando que nunca quer ser
bandido, e por fim não tem professor, não tem igreja, não come ninguém (só a
Isis), reformatório virou FEBEM, no lugar de uma fazenda, João vive com a mãe
no sertão da Bahia, em meio a seca e fome, sem contar que a cidade de Salvador
nem é citada no filme. O sentimento é chegar ao meio da conversa, porque de uma
hora para outra ele já está chegando a Brasília.
MÚSICA 2ª PARTE: ... E lá chegando foi tomar um cafezinho/E
encontrou um boiadeiro com quem foi falar/E o boiadeiro tinha uma passagem e ia
perder a viagem/Mas João foi lhe salvar. Dizia ele: "Estou indo pra
Brasília/Neste país lugar melhor não há/Tô precisando visitar a minha filha/Eu
fico aqui e você vai no meu lugar". E João aceitou sua proposta/E num
ônibus entrou no Planalto Central/Ele ficou bestificado com a cidade/Saindo da
rodoviária, viu as luzes de Natal. "Meu Deus, mas que cidade linda,/No
Ano-Novo eu começo a trabalhar". Cortar madeira, aprendiz de
carpinteiro/Ganhava cem mil por mês em Taguatinga/Na sexta-feira ia pra zona da
cidade/Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador/E conhecia muita gente
interessante/Até um neto bastardo do seu bisavô. Um peruano que vivia na
Bolívia/E muitas coisas trazia de lá/Seu nome era Pablo e ele dizia/Que um
negócio ele ia começar. E Santo Cristo até a morte trabalhava/Mas o dinheiro
não dava pra ele se alimentar/E ouvia às sete horas o noticiário/Que sempre
dizia que o seu ministro ia ajudar/Mas ele não queria mais conversa/E decidiu
que, como Pablo, ele ia se virar/Elaborou mais uma vez seu plano santo/E sem
ser crucificado, a plantação foi começar...
ROTEIRO: Como disse antes, não tem viagem para Salvador,
boiadeiro então? Nem pensar! No lugar do cafezinho João chega em um boteco
qualquer e rouba um prato de comida, onde Santo Cristo está a procura pelo seu
primo (tenso), seu primo Pablo, um peruano sem vergonha que não convence nem
como paraguaio. Pablo no longa é um traficante meia boca que tenta comandar uma
espécie de milícia na favela onde vive. Então você espera ao menos ver as luzes
de Natal, mas tudo que aparece é uma ponte com algumas luzes que mais parece um
enfeite natalino muito do mal feito. Então uma coisa condiz com a música, João
começa seu trabalho como carpinteiro (como tem que ser!), porém, não se vê
nenhuma zona da cidade, ele não conhece ninguém interessante e muito menos o
tal neto bastando do seu bisavô. Voltando sobre Pablo, na letra de Renato
Russo, a ilusão que temos de Pablo, é um peruano trambiqueiro, daqueles que
resolve tudo a qualquer hora, mas como já dito, esse Pablo não passa de um
traficante meia boca e sem vergonha. Então, eis que acontece algo esperado: a
plantação, João começa uma plantação de maconha para conseguir dinheiro e
impressionar Maria Lucia (acredite, nesse longa ele já conheceu e já ficou com
ela antes de tudo isso), e pra piorar, ele ainda tem coragem de falar
forçadamente a frase: “Logo, logo os maluco da cidade souberam da novidade” e alguém
responde: “Tem bagulho bom aí!”, é de doer.
MÚSICA PARTE 3: ... Logo, logo os maluco da cidade souberam
da novidade/"Tem bagulho bom ai!"/E João de Santo Cristo ficou rico/E
acabou com todos os traficantes dali/Fez amigos, frequentava a Asa Norte/E ia
pra festa de rock, pra se libertar/Mas de repente/Sob uma má influência dos
boyzinho da cidade/Começou a roubar. Já no primeiro roubo ele dançou/E pro
inferno ele foi pela primeira vez/Violência e estupro do seu corpo/"Vocês
vão ver, eu vou pegar vocês". Agora o Santo Cristo era bandido/Destemido e
temido no Distrito Federal/Não tinha nenhum medo de polícia/Capitão ou
traficante, playboy ou general/Foi quando conheceu uma menina/E de todos os
seus pecados ele se arrependeu/Maria Lúcia era uma menina linda/E o coração
dele pra ela o Santo Cristo prometeu/Ele dizia que queria se casar/E
carpinteiro ele voltou a ser/"Maria Lúcia pra sempre vou te amar/E um
filho com você eu quero ter"...
ROTEIRO: E mais furos, mas sequencia quebrada, mais roteiro
furado. Após a plantação, parece que talvez alguma coisa vai fazer sentido
entre música/filme, (mais uma vez fomos surpreendidos novamente), pois como já
falei, João já está envolvido com Maria Lucia que ele conhece após uma fuga da
policia, mas já comento sobre isso... Então, mais uma vez não se vê nenhum
amigo, e sim uma turminha que ignora o protagonista por causa de sua cor, mas
começam a aproximar quando descobrem que a maconha dele é melhor do que as
drogas de Jeremias. Mas, nada de se envolver com os “boyzinho da cidade”, nada de roubo, e a única violência que se vê
e em partes condiz com a música, é João sendo espancado pelos capangas de
Jeremias e por fim estuprado. Mas nem isso mostra a revolta de João, nada de um
ser destemido, sem medo e passando por cima de todos, absolutamente, nada
disso. E por fim, a pior coisa que acontece no filme é o encontro de Santo
Cristo com Maria Lucia, enquanto na música ele passa por grandes conflitos
financeiros e pessoal até chegar a sua amada, nesse longa eles já se encontram
antes de tudo, Jeremias já apareceu mostrando interesse na mocinha e uma hora
para outra o casal já se ama, já estão juntos e ele escondendo sua “vida
bandida” da mocinha.
MÚSICA PARTE 4: ... O tempo passa e um dia vem na porta/Um
senhor de alta classe com dinheiro na mão/E ele faz uma proposta indecorosa/E
diz que espera uma resposta, uma resposta do João. "Não boto bomba em
banca de jornal/Nem em colégio de criança isso eu não faço não/E não protejo
general de dez estrelas/Que fica atrás da mesa com o cú na mão/E é melhor
senhor sair da minha casa/Nunca brinques com um Peixes de ascendente
Escorpião". Mas antes de sair, com ódio no olhar, o velho disse/"Você
perdeu sua vida, meu irmão"/"Você perdeu a sua vida meu irmão/Você
perdeu a sua vida meu irmão/Essas palavras vão entrar no coração/Eu vou sofrer
as consequências como um cão". Não é que o Santo Cristo estava certo/Seu
futuro era incerto e ele não foi trabalhar/Se embebedou e no meio da
bebedeira/Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar/Falou com Pablo
que queria um parceiro/E também tinha dinheiro e queria se armar/Pablo trazia o
contrabando da Bolívia/E Santo Cristo revendia em Planaltina...
ROTEIRO: Está difícil, a cada cena o novato René Sampaio só
se complica e se complica feio. Não custava colocar pelo menos uma frase assim:
“Alguns dias depois...”, acredito eu que pelo menos daria uma quebrada na
situação constrangedora até aqui, mas talvez para economizar um pouco, já que
não tem boiadeiro, também não vai ter Coronel. A maior autoridade que se vê é o
pai de Maria Lucia que também é Senador, interpretado por Marcos Paulo, que
fica claro que está ali só para preencher um buraco mal tampado, sendo assim,
então nada de ameaça contra João e se não tem ameaça não precisa se embebedar,
(até porque em nenhum momento do filme Santo Cristo está bebendo até cair),
então ninguém roubou seu emprego, pelo contrário, ele acaba pedindo sociedade
para o carpinteiro e por fim, não tem nada a falar ou pedir para Pablo, já que
acredite se quiser, a Winchester-22, arma citada na música não é dada para
Santo Cristo, no máximo emprestada, mas não existe um presente desse porte no
longa.
MÚSICA PARTE 5: ... Mas acontece que um tal de
Jeremias/Traficante de renome, apareceu por lá/Ficou sabendo dos planos de Santo
Cristo/E decidiu que, com João ele ia acabar/Mas Pablo trouxe uma
Winchester-22/E Santo Cristo já sabia atirar/E decidiu usar a arma só
depois/Que Jeremias começasse a brigar. Jeremias, maconheiro
sem-vergonha/Organizou a Rockonha e fez todo mundo dançar/Desvirginava mocinhas
inocentes/Se dizia que era crente mas não sabia rezar/E Santo Cristo há muito
não ia pra casa/E a saudade começou a apertar/"Eu vou me embora, eu vou
ver Maria Lúcia/Já tá em tempo de a gente se casar"/Chegando em casa então
ele chorou/E pro inferno ele foi pela segunda vez/Com Maria Lúcia Jeremias se
casou/E um filho nela ele fez/Santo Cristo era só ódio por dentro/E então o
Jeremias pra um duelo ele chamou/"Amanhã às duas horas na Ceilândia/Em
frente ao lote 14, é pra lá que eu vou/E você pode escolher as suas armas/Que
eu acabo mesmo com você, seu porco traidor/E mato também Maria Lúcia/Aquela
menina falsa pra quem jurei o meu amor". E o Santo Cristo não sabia o que
fazer/Quando viu o repórter da televisão/Que deu notícia do duelo na TV/Dizendo
a hora e o local e a razão...
ROTERIO: Está acabando, mas os erros e falhas continuam
firme e forte mesmo. Até porque, enquanto na música João nem imagina quem é o
tal Jeremias, no longe, ele já conhece o dito cujo momentos depois de “pegar” sua
amada Maria Lucia. A tal Rockonha acontece, mas para onde foram as mocinhas
inocentes? Porque o que aparece é alguns policias quem nem pra bandido serve
fazendo uma emboscada para prender João de Santo Cristo. Seu primo é morto e
ele é preso. Maria Lucia então tenta visitar seu amado, ele afasta ela e então,
caminho livre para Jeremias que até um filho nela fez (pelo menos isso), mas aí
acontece o pior erro de todos, tanto de roteiro, como de cena, sequencia e tudo
mais. João descobre que seu amor está esperando um filho do rival, e faz uma
fuga tão medíocre, que nem o pior filme B seria capaz de produzir uma
ignorância dessa. Então talvez para se redimir, é agora que vamos ver João
desafiar Jeremias, jurar a vida de Maria e ser entrevistado por um repórter que
vai noticiar o duelo na TV. Haha, enganados novamente, nada disso acontece de
novo e a ameaça se torna um recado escrito na mesa com a frase: “Ceilândia,
lota 14”. (Doeu muito).
MÚSICA PARTE 6 (FINAL) ... No sábado então, às duas
horas/Todo o povo sem demora foi lá só para assistir/Um homem que atirava pelas
costas/E acertou o Santo Cristo começou a sorrir/Sentindo o sangue na garganta/João
olhou pras bandeirinhas e pro povo a aplaudir/E olhou pro sorveteiro e para as
câmeras e/A gente da TV que filmava tudo ali. E se lembrou de quando era uma
criança/E de tudo o que vivera até ali/E decidiu entrar de vez naquela dança/"Se
a via-crucis virou circo, estou aqui"/E nisso o sol cegou seus olhos/E
então Maria Lúcia ele reconheceu/Ela trazia a Winchester-22/A arma que seu
primo Pablo lhe deu. "Jeremias, eu sou homem. coisa que você não é/E não
atiro pelas costas não/Olha pra cá filha da puta, sem vergonha/Dá uma olhada no
meu sangue e vem sentir o teu perdão"/E Santo Cristo com a Winchester-22/Deu
cinco tiros no bandido traidor/Maria Lúcia se arrependeu depois/E morreu junto
com João, seu protetor/E o povo declarava que João de Santo Cristo/Era santo
porque sabia morrer/E a alta burguesia da cidade/Não acreditou na história que
eles viram na TV/E João não conseguiu o que queria/Quando veio pra Brasília,
com o diabo ter/Ele queria era falar pro presidente/Pra ajudar toda essa gente
que só faz... Sofrer.
ROTERIRO (FINAL) Se o longa seguisse como manda a música não
teria um certo alerta de Spoiler nessa parte final, mas tem. Acredite, após
absolutamente nada do esperado acontecer, o inesperável que deveria ser então
imprevisível acaba caindo no previsível, pois se nada que era para acontecer
aconteceu, é claro que não será diferente agora. Lembrando que na música diz:
“Todo o povo sem demora foi lá só para assistir”, então pensei, talvez eles
estão atrasados, porque o duelo está para acontecer em um campinho de futebol
no meio do nada e só mato se vê ao redor, aí o esperado acontece, João é
baleado, mas (tem uma “mas”), João é baleado no peito (não pelas costas), no
peito mesmo, na sequencia Maria Lucia aparece correndo com a Winchester-22 em
punho, mas ainda aquela dúvida: Cadê as bandeirinhas? Cadê a lembrança de
quando era criança? Como não tinha “o publico” para aplaudir, cadê o sorveteiro
e as câmeras dos agentes da TV? Nada! Nem mesmo o sol aparece para cegar nosso
herói e quem ganha uma bala nas costas é Maria Lucia (ué, mas ela não se
matou?), não nessa história. Pois bem, como nada é fiel, então João também não
precisou gastar saliva antes de dar os cinco tiros em Jeremias. Pelo menos a
contagem dos tiros foi feita. E para finalizar, nada de presidente para ouvir o
apelo de João de Santo Cristo.
Realmente não da para aceitar isso tudo. A direção é ruim, roteiro...
deixa para lá, fotografia dói e o que talvez de uma aliviada é a trilha, que
pelo menos faz jus ao gosto musical da época, com muito punk-rock. Mas a
certeza é que nem Renato Russo aprovou essa bomba.
Não recomendo mesmo, espero um dia esquecer que presenciei
isso.
Nota: 00
Título original: (Faroeste Caboclo) Lançamento: 2003 Direção: René Sampaio Roteiro: Marcos Bernstein e Victor Atherino Duração: 100 min. Gênero: Drama Orçamento: R$ 6 milhões Distribuidores: Europa Filmes Classificação: 10 anos
Elenco
Fabrício Boliveira (João de Santo Cristo)
Ísis Valverde (Maria Lúcia)
Felipe Abib (Jeremias)
César Troncoso (Pablo)
Antonio Calloni (Marco Aurélio)
Marcos Paulo (Ney)
Cinara Leal (Teresa)
Rodrigo Pandolfo ( Beto)
Flavio Bauraqui (pai de João)
Curiosidades
- Este é o primeiro longa-metragem que René Sampaio dirige;
- O roteiro foi escrito por Marcos Bernstein (Central do
Brasil) e Victor Atherino;
- Ísis Valverde, conhecida por sua participação em novelas
brasileiras, faz sua estreia no cinema;
- O longa estava agendado para estrear em 26 de outubro de
2012 inicialmente, porém o filme enfrentou dificuldades na captação do
orçamento necessário para sua finalização. Por isso, o adiamento para 2013 se
tornou inevitável;
- Baseado na música "Faroeste Caboclo", de Renato
Russo, composta em 1979 e que virou sucesso do grupo Legião Urbana a partir de
1987 com o lançamento do disco "Que País é Este". "Faroeste
Caboclo" é a segunda canção mais extensa da Legião Urbana, atrás de "Metal
Contra As Nuvens";
- A Copacabana Filmes adquiriu em 2005 os direitos de
adaptação para o cinema da música "Faroeste Caboclo";
- O escritor Paulo Lins, autor do livro que gerou o sucesso ‘Cidade
de Deus’, prestou consultoria para a dupla de roteiristas de Faroeste Caboclo;
- A principal locação do filme aconteceu no bairro Jardim
ABC, em Goiás. Lá, foi construída uma cidade cenográfica para reproduzir a
cidade de Ceilândia do anos de 1970, retratada na música;
- É o último trabalho do ator Marcos Paulo, que faleceu em
11 de novembro de 2012.
Tenho a certeza de que é esse sentimento que se passa para o
novato diretor Fede Alvarez que também assina pela primeira vez um roteiro. ‘A
Morte do Demônio’ é aquele tipo de filme que você não vai esquecer facilmente.
A explicação para isso se mistura nesse longa que consegue misturar terror,
horror e o sentimento de repulsa que até hoje, além do filme original de 1981
não pode apresentar para os fãs.
E como tudo isso é possível em um único filme? Simples. Primeiro,
o filme tem a bendição e produção de Sam Raimi, diretor de ‘Uma Noite
Alucinante - A Morte do Demônio’ (1981), garantindo a aprovação do novo filme.
Segundo, ao invés de tentar recriar os elementos que tornaram o original tão
famoso – a produção pequena, de baixo orçamento, os efeitos assumidamente
toscos, o humor – o novo diretor Fede Alvarez decidiu tomar a trama do filme
original como ponto de partida para uma obra moderna, e o mais próximo possível
do realismo.
O roteiro que dispensa comentários apresenta para o
espectador, Mia (Jane Levy), uma garota viciada em drogas. Ela é levada pelos
amigos Olivia (Jessica Lucas) e Eric (Lou Taylor Pucci) para uma cabana isolada
na floresta, no intuito de realizarem uma longa cura de desintoxicação. Para a
surpresa de todos, o irmão de Mia, David (Shiloh Fernandez), rapaz afastado dos
amigos e familiares há tempos, também aparece, junto de sua namorada, Natalie
(Elizabeth Blackmore). Entretanto, eles são surpreendidos ao descobrirem que a
cabana havia sido invadida, e que o porão parece uma espécie de altar grotesco,
repleto de animais mortos. Lá eles encontram um livro antigo, trancado.
Atraído, Eric resolve abri-lo e lê-lo em voz alta, sem imaginar as
consequências de seus atos. Mia começa a manifestar um comportamento estranho,
interpretado no início como sintoma da abstinência. No entanto, aos poucos,
todos percebem que uma força demoníaca se apoderou de seu corpo.
O filme é perfeito e faz jus ao slogan "O filme mais
apavorante que você vera nesta vida". Além de mais apavorante, ele
consegue fazer com que o espectador faça parte da trama, principalmente em
algumas cenas de mutilações de tirar completamente o folego.
Não apenas pelos efeitos especiais impressionantes, mas pelo
uso ostensivo de som e de montagem, esta nova versão nunca poderia ter sido
feita 30 anos atrás. Ela funciona como obra independente, e também como
refilmagem (ou até mesmo uma “linda” homenagem) ao original. Além disso, ‘A
Morte do Demônio’ aproveita que as novas gerações já viram muitas imagens de
violência para trazer um conteúdo ainda mais forte que o habitual, repleto de
membros cortados, olhos perfurados e vômito escorrendo das bocas.
Alvarez conseguiu adotar uma dinâmica de excessos, e não
aliviou o tom das imagens para conseguir uma classificação etária mais branda –
algo que seria compreensível, já que o público adolescente é o principal
consumidor dos slasher movies. Em apenas 90 minutos, ele inflige todos os tipos
de dores e torturas aos cinco belos adolescentes, observando com enorme prazer
o calvário de cada um. Talvez falte justamente o suspense: não se brinca com a
imaginação do espectador; todo indício de uma aparição demoníaca acaba de fato
revelando uma aparição demoníaca.
Mas por preferir ir diretamente ao ponto, o diretor faz uma
das obras de terror mais compactas e sucintas do cinema contemporâneo. Se você
olhar para os lados em algum momento, terá perdido duas ou três mutilações.
Melhor ainda, para manter o espectador concentrado diante de um banho de sangue
ininterrupto, o cineasta começa a aumentar o teor das imagens, cada vez mais
espetaculares e grandiosas, transcendentais ao limite do religioso, até uma
conclusão épica, tão monstruosa quanto bela, em que o sangue impregna cada
centímetro da tela e vem lavar, ironicamente, a alma de Mia (Jane Levy).
Título original: (Evil Dead) Lançamento: 2013 Direção: Fede Alvarez Roteiro: Diablo Cody, Fede Alvarez, Rodo Sayagues Mendez e Sam Raimi Duração: 90 min. Gênero: Terror Orçamento:US$ 14 milhões Distribuidores: Sony Pictures Classificação: 18 anos
Elenco
Jane Levy (Mia)
Shiloh Fernandez (David)
Lou Taylor Pucci (Eric)
Jessica Lucas (Olivia)
Elizabeth Blackmore (Natalie)
Curiosidades
- Este é o primeiro longa-metragem dirigido por Fede
Alvarez;
- A atriz Lily Collins ‘Espelho, Espelho Meu’ desistiu de
estrelar ‘A Morte do Demônio’ por motivo de conflitos de agenda. Jane Levy (da
série ‘Suburgatory’) foi contratada para substituí-la;
- Gillian Jacobs chegou a fazer uma audição para a
personagem Mia, mas perdeu o papel para Lily Collins. Posteriormente, a atriz
desistiu do filme e abriu espaço para a contratação de Jane Levy;
- Agnes Bruckner e Thora Birch fizeram testes para a
personagem Natalie. Já Jurnee Smollet-Bell fez uma audição para Olivia;
- Se você pegar a primeira letra dos personagens David,
Eric, Mia, Olivia e Natalie perceberá que elas formam a palavra demon (demônio,
em inglês);
- Logo no início do filme pode-se ver que a personagem Mia
usa um suéter da universidade de Michigan. Trata-se de uma homenagem a Sam
Raimi, diretor do filme original, que estudou nesta universidade;
- Apesar de não ser creditada, Diablo Cody escreveu um
último tratamento do roteiro do filme;
- Esse é o filme com mais sangue feito até o momento;
- ‘A Morte do Demônio’ é uma refilmagem de ‘Uma Noite
Alucinante - A Morte do Demônio’ (1981).
Eu particularmente não consegui entender porque de tantas
criticas positivas para o longa ‘Annabelle’. O diretor nem um pouco consagrado John
R. Leonetti , o mesmo responsável pela bomba ‘Mortal Kombat - A Aniquilação’
(1997) e ’Efeito Borboleta 2’ (2006), teve talvez até mesmo uma chance para
mostrar que poderia quem sabe dessa vez mostrar algo bom, já que, tudo
realmente tinha para dar certo, mas não foi isso que eu vi e nem o que
aconteceu.
A trama de ‘Annabelle’ é um spin-off do ótimo ‘Invocação do
Mal’ (2013), mas infelizmente o longa que prometeu desde sua primeira
divulgação um terror original e inesquecível, acabou que esquecendo da promessa
e o que se vê é um roteiro nem um pouco bem amarrado como a vista na produção
original, que também contava com ótimas atuações de Vera Farmiga e Patrick
Wilson. Isso, no entanto, não quer dizer que o filme seja ruim, dá para tolerar
algumas coisas, sabendo que o filme se baseia em uma história real sobre uma
boneca controlada por forças demoníacas. Os fãs do terror irão matar o tempo
literalmente, mas podem esquecer os sustos, e o medo, em nenhum momento o longa
consegue fazer com que o espectador se envolva com a história.
Annabelle Wallis (você leu certo!) e Ward Horton vivem os
protagonistas Mia e John. Jovens e apaixonados, eles esperam o primeiro filho.
Ela cuida da casa, enquanto que ele começa sua residência após a faculdade de
medicina. Determinado dia, eles têm a casa invadida por um casal representante
de uma seita demoníaca. A mulher acaba se matando no quarto que seria do bebê,
morrendo abraçada com uma boneca de Mia.
A partir disso, coisas estranhas e sobrenaturais começam a
atormentar o casal e quando você acha que é dessa vez que a história vai
desenrolar, tudo para no tempo, ou melhor dizendo, tudo é congelado e o que se
vê, são cenas mais clichês impossível e a expectativa de levar bons sustos é
deixada de lado.
Porém, nem tudo é ruim nesse longa, a direção de arte, o
figurino e o design de produção são excelentes, retratando bem uma Los Angeles
dos anos 60, quando a população estava perdendo a sensação de segurança por
seitas como as de Charles Manson a qual é retratado no filme rapidamente. Com
algumas tentativas de sustos sem sucesso, ‘Annabelle’ é um filme que vai cair
fácil no esquecimento de quem sabe realmente apreciar um bom terror.
A direção de John R. Leonetti passa longe de qualquer boa
esperança, pois fica claro que algumas situações poderiam ser bem melhor do que
poderiam ser. O elenco não chega a ser tão ruim, alguns personagens consegue
agradar, como por exemplo, o personagem de Tony Amendola, sendo um padre, que
tenta dar conselhos ao casal ajudando na "luta" contra a boneca do
mal.
Já a participação de Alfre Woodard como Evelyn, dona de uma
livraria é além de cansativa, muito fora de ritmo e sem um desfecho certo para
seu personagem, pois a vontade de se tornar a amiga da protagonista é tão
rápida e acaba sendo insuportável ver como que a situação desenrola.
Enfim, ‘Annabelle’ pode até ser um bom passatempo, mas
passou longe de ser o filme de terror do momento, realmente não da para
recomendar.
Título original: (Annabelle) Lançamento: 2014 Direção: John R. Leonetti Roteiro: Gary Dauberman Duração: 95 min. Gênero: Terror Orçamento: US$ 5 milhões Distribuidores: Warner Bros. Pictures Classificação: 16 anos
Elenco
Annabelle
Wallis (Mia)
Ward Horton (John)
Alfre Woodard (Evelyn)
Eric Ladin (Detetive Clarkin)
Kerry O'Malley (Sharon Higgins)
Tony Amendola (Padre Perez)
Gabriel Bateman (Robert)
Michelle Romano (Mary)
Curiosidades
- O filme é um spin-off e prelúdio de ‘Invocação do Mal’
(2013), que faturou US$ 318 milhões mundialmente;
- A direção é de John R. Leonetti, diretor de fotografia de ‘Invocação
do Mal’ (2013);
- O terror é baseado em fatos reais, em que uma mãe deu de
presente para sua filha uma boneca que se mexia sozinha e era possuída por um
espírito do mau. Isso aconteceu nos anos 70;
- Um episódio de "The Twilight Zone", de 1963
chamado "Living Doll" envolve uma boneca falante dada a uma garotinha
por sua mãe. O vocabulário inocente da boneca, logo assume um tom sinistro,
especialmente para o padrasto cruel da menina. A mãe da menina chamava-se
Anabelle;
- Em certa cena do filme mostra-se um edifício com um grande
logotipo denominado "Barclay". Barclay é o último nome da personagem
principal Andy Barclay na popular franquia de terror Chucky. A trama também
gira em torno de um boneco possuído;
- Alfre Woodard não tinha visto Invocação do Mal (2013)
antes de começar a trabalhar no filme. Em vez disso, ela se preparou fazendo
pesquisas sobre a história real que inspirou o longa;
- A boneca existe e está trancada em um museu em
Connecticut, visitado somente por um padre que vai abençoa-la duas vezes por
mês.
Recentemente falei aqui sobre o horrível ‘Ouija - O Jogo dos Espiritos’ (2014) e de como é difícil hoje em dia encontrar um bom filme de
terror. Mas, o difícil não é o impossível! E nesse caso, essa teoria se aplica
ao excelente ‘Invocação do Mal’, dirigido por James Wan, o mesmo de 'Jogos
Mortais' (2004), 'Sobrenatural' (2010) e 'Velozes e Furiosos 7' (2015). Com um
terror muito bem colocado, o longa faz jus ao roteiro com sustos garantidos.
O roteiro muito bem amarrado, nos mostra a cidade de Harrisville,
Estados Unidos. Um casal (Ron Livinston e Lili Taylor) muda para uma casa nova
ao lado de suas cinco filhas. Inexplicavelmente, estranhos acontecimentos
começam a assustar as crianças, o pai e, principalmente, a mãe. Preocupada com
algumas manchas que aparecem em seu corpo e com uma sequência de sustos que
levou, ela decide procurar um famoso casal de investigadores paranormais
(Patrick Wilson e Vera Farmiga), mas eles não aceitam o convite, acreditando
ser somente mais um engano de pessoas apavoradas com canos que fazem barulhos
durante a noite ou coisas do gênero. Porém, quando eles aceitam fazer uma
visita ao local, descobrem que algo muito poderoso e do mal reside ali. Agora,
eles precisam descobrir o que é e o porquê daquilo tudo está acontecendo com os
membros daquela família. É quando o passado começa a revelar uma entidade
demoníaca querendo continuar sua trajetória de maldades.
Baseado em um história real narrada pelo casal mais
conhecido do mundo no assunto paranormal, Ed e Lorraine Warren, o longa de Wan,
deixa bem claro que sim, ainda é possível fazer um bom longa de terror hoje em
dia. Se você gosta de levar uns sustos e, principalmente, sentir uns arrepios
dentro da sala escura, ‘Invocação do Mal’ é uma boa escolha.
O elenco faz com que a trama desenrole na medida certa,
desde o elenco mirim, aos já veteranos, como por exemplo, e sem dúvida, todo o
destaque para o casal Warren, interpretado por Vera Farmiga e Patrick Wilson.
Como sempre Farmiga não deixa desejar com sua perfeita atuação na pele da
vidente mais conhecida Lorraine Warren, ao lado do seu fiel parceiro e marido, Ed
Warren (1926-2013), o casal faz com que o medo que o espectador tanto anseia se
torne mais real e imprevisível, um dos pontos altíssimo desse longa.
O roteiro além de citar nas entre linhas, clássicos, como ‘O
Exorcista’ e ‘Os Pássaros’, os gêmeos Chad e Carey Hayes não perde uma
oportunidade sequer de inserir elementos instigantes e conhecidos, como
relógios parando, um porão secreto, chiados de TV, ranger de assoalhos e
portas. Além disso, um tradicional (e muito apavorante) puxão de pés na cama
tem a companhia nada agradável de uma menina sonâmbula, um armário sinistro e
uma brincadeira infantil, já exibida no trailer de arrepiar até os ossos.
Tudo isso, pode apostar, da um sentimento de medo mesmo. Mas
também é certo que os mais “descolados” vão identificar uma série de clichês e
poderão reclamar de algumas licenças típicas, como as filhas dormindo
profundamente, enquanto uma mega cena tensa e barulhenta tá acontecendo com a
mãe, entre outras situações, mas como todo bom cinéfilo e amante do gênero,
sabe que não devemos se apegar aos detalhes. Mas isso não tira nem um pouco a
força da obra, de jeito nenhum e a Warner já tem um "atividade
paranormal" para chamar de seu.
O longa tem uma excelente trilha tensa e a direção der James
Wan, o criador da franquia ‘Jogos Mortais’ é de arrepiar profundamente. O
motivo de tamanha genialidade certamente, está na decisão acertada de não
deixar o humor possuir a trama, como já aconteceu em alguns por aí. Ele até
existe, mas foi devidamente dominado neste filme, que você pode assistir
"com susto". Nos créditos finais, quem já tiver tirado as mãos da
frente dos olhos, vai poder ver as fotos dos personagens reais, a família
Warren e os Perron.
Lançamento: 2013 Direção: James Wan Roteiro: Carey W. Hayes e Chad Hayes Duração: 112 min. Gênero: Terror, Suspense Orçamento: US$ 13 milhões Distribuidores: Warner Bros. Classificação: 16 anos
Elenco
Vera
Farmiga (Lorraine Warren)
Patrick Wilson (Ed Warren)
Ron Livingston (Roger Perron)
Lili Taylor (Carolyn Perron)
Shanley Caswell (Andrea Perron)
Hayley McFarland (Nancy Perron)
Joey King (Christine Perron)
Mackenzie Foy (Cindy Perron)
Kyla Deaver (April Perron)
Sterling Jerins (Judy Warren)
Shannon Kook-Chun (Drew)
Curiosidades
- Baseado em fatos reais, com a família Perron na cidade de
Harrisville, em Rhode Island;
- Apesar das lembranças dolorosas, Roger Perron e seus cinco
filhos foram ao local das filmagens de Invocação do Mal;
- A atriz Vera Farmiga contou com a ajuda da verdadeira
medium Lorraine Warren, que auxiliou na preparação do longa-metragem;
- As sequências do lar de Ed e Lorraine Warren foram
filmadas em uma casa de verdade, decorada pela designer de produção Julie
Berghoff com um tapete e papel de parede que remetem aos anos 70;
- O diretor
James Wan e o ator Patrick Wilson trabalharam juntos no terror ‘Sobrenatural’
(2010). O filme anterior também trazia um casal morando em uma casa junto com
espíritos do mal.