Um dos maiores expoentes da comédia nas últimas décadas, o ator Jim Carrey chegou ao Rio de Janeiro no último sábado à noite, passou a tarde de domingo no Cristo Redentor e hoje teve seu primeiro contato com a imprensa brasileira, após almoçar com o ator Rodrigo Santoro - com quem Carrey filmou, em 2009, 'O Golpista do Ano' (I Love You Phillip Morris).
A visita do astro americano, pela primeira vez no Brasil, é para o lançamento de 'Os Pinguins do Papai', seu mais recente filme que estreia nesta sexta, 1 de julho.
Os jornalistas brasileiros viram o filme em sessão especial na manhã desta segunda, chuvosa e surpreendentemente fria no Rio. Não se pode dizer muito de 'Os Pinguins do Papai': filme para a família (no longa de Mark Waters, Carrey é o Sr. Popper, um comprador de imóveis que recebe de herança do pai seis pinguins e tem sua vida modificada a partir disso), sem grandes pretensões, com animações de pinguins muito bem feitas e aproveitando toda a fofura deste animal. Carrey não abusa das caretas, faz piadinhas sem maiores riscos e não arrisca sair do confortável status de comediante de sucesso. Resumindo: o filme não é bom, mas também não é tão ruim quanto parece.
Após a exibição do longa, os jornalistas participaram de um almoço no Copacabana Palace, seguido de uma coletiva de imprensa com Jim Carrey. O ator, conhecido por sua simpatia, não decepcionou: sempre com um sorriso no rosto, mostrou que nunca sai do personagem: fez piadas, brincou com os jornalistas, mostrou seu vasto repertório de caretas e entrou para o time de fãs do Rio - como todos os outros artistas que estão passando pela Cidade Maravilhosa para lançar seus filmes, ele também rasgou elogios à cidade.
"Quando eu estava no colégio fiz uma maquete sobre o Rio, então foi muito interessante ontem ir ao Cristo Redentor e ver a cidade daquele ângulo. Foi legal ver que o Rio é bonito mesmo."
Questionado sobre a diferença entre fazer comédias e filmes como 'Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança' ou 'O Show de Truman' (disparado os dois melhores filmes de sua carreira, que revelaram um Carrey talentoso quando bem dirigido), o ator disse que seu interesse é pela atuação, seja de que gênero for.
"Quero fazer coisas que as pessoas reconheçam; podem me inserir em qualquer categoria, pois o que me interessa é mesmo a interpretação."
Carrey falou ainda da experiência em gravar com pinguins de verdade e contou ter sido bicado por eles em diversos momentos. "Passei a colocar sardinhas nos bolsos para atraí-los e mantê-los por perto, e também fazia questão de alimentá-los, o que me custou algumas bicadas, pois eles não sabiam a diferença entre os peixes e os meus dedos", revelou, sempre em tom de brincadeira.
Para o ator, no entanto, o mais difícil não foi atuar com os pinguins de verdade, mas com os pinguins mecânicos, pela abstração que isso exige. "É difícil representar olhando para o vazio, imaginando que naquele X no chão deveria haver alguém ou alguma coisa", informou.
Quando uma jornalista perguntou sobre suas famosas caras e bocas nos filmes, Carrey explicou que elas nasceram durante os castigos que os seus pais lhe impunham, quando era criança. "Eu ficava trancado no quarto, escrevendo piadas e me olhando no espelho, fazendo caretas e tentando descobrir as diferentes pessoas que existiam em mim. Isso, certamente, me tornou mais criativo."
No final da coletiva, Jim Carrey surpreendeu e saiu completamente do personagem engraçado que parece viver dentro e fora das telas: o ator se aproximou dos jornalistas, cumprimentou um a um, e posou para fotos, sempre sorrindo, mostrando que por trás de personagens caricatos como o Máskara e Ace Ventura existe um cara gente boa pacas.
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