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quarta-feira, 27 de julho de 2011

Pânico 4

Depois de 11 anos o diretor Wes Craven ressurge com mais uma continuação para uma grande franquia que talvez foi o marco na carreira como diretor. ‘Pânico 4’ é mais um filme do terror moderno que na minha opinião era melhor ter ficado na gaveta, mas tudo bem, a franquia de ‘Pânico’ é considerada a mais bem-sucedidas do gênero, mas confesso que para mim só o primeiro foi digno de puro terror e criatividade, pois as continuações cairão nas mesmices com muito clichê e sem surpresa, sem susto e sem nenhuma criatividade.

Mas pelo menos em ‘Pânico 4’, existe um pouco de criatividade, mas sem sustos e sem surpresa aparente. Logo no início confuso do filme que o espectador acaba não entendendo muito pela sequência de um filme dentro de outro, acaba virando uma piada e o pior de tudo é que em uma dessas partes, uma jovem faz uma premonição do que vem pela frente revelando os clichês de todos os filmes de terror que conhecemos bem hoje em dia.

Dessa vez, a ação começa quando Sidney (Neve Campbell) retorna à cidadezinha de Woodsboro, local dos massacres anteriores, para lançar seu livro, exatamente na data, digamos assim, “comemorativa” da matança. E percebe que todo o terror vivenciado por ela na década passada se transformou em motivo de festa temática para os jovens. Afinal, como diz o xerife Dewey (David Arquette), “o terror de uma geração é a comédia de outra”.
Estranhamente (ou não?) a volta de Sidney a Woodsboro desencadeia uma nova série de assassinatos e, claro, o retorno do terrível Ghostface.

“Nova década, novas regras”. A frase, dita por um dos personagens dá bem o tom da continuação desta que é uma das “mais bem-sucedidas franquias do terror moderno”. Ou seja, desde ‘Pânico 3’ (de 2000), o mundo mudou, a sociedade mudou, os filmes de terror mudaram… mas como diz o personagem de Neve Campbell, num momento-chave deste quarto episódio, “não fode com o original”.

‘Pânico 4’ não chega a ser um filme ruim. Tem lá os seus clichês como já é imaginado, mas tem algumas criatividades em certas sequências que são de deixar o espectador esperto e tenso em certos momentos. O roteiro está muito bom, e ainda com a honra de presenciar a sempre linda Neve Campbell como a sobrevivente durona das vitimas do Ghostface, deixa qualquer roteiro em segundo plano.

Como todo longa de Wes Craven, o humor negro não pode faltar, e alguns estão ótimos como por exemplo o papel de David Arquette, agora como xerife sem noção da cidade de Woodsboro, mas o que está insuportável é a participação talvez especial do ator Anthony Anderson como o policial Perkins, até reconheço que ele em alguns longas que já fez é engraçado, mas sempre forçado, e dessa vez ele força demais e não agrada em absolutamente nada.

Sem estragar nenhuma surpresa, há uma memorável cena que remete ao clássico ‘Crepúsculo dos Deuses’, em que os flashes da imprensa, sedenta por um bom escândalo, estouram sobre a face enlouquecida da celebridade assassina. E é digna de nota a fala “Em que tempo você vive? O importante não é ter amigos, mas sim ter fãs”. Ou mesmo o que Sidney recebe de uma das personagens por ela ter escrito “apenas” um livro: “Ninguém lê nada”. A morte, diferente da década passada, hoje só é sucesso se estiver na internet, à voz do assassino pode ser reproduzida através de um simples aplicativo, e matar, por si só, já é o motivo para abrir o caminho para o estrelato.

Mas os veteranos da franquia estão ótimos, mais maduros e com um tom mais ameaçador chegando a ser bem convincente, até mesmo a bela Courteney Cox, como a sempre insuportável repórter dos anteriores, nesse ela consegue mostrar um tom de atuação surpreendente e diferente de todos. Está realmente ótima.

Um grande destaque a mais que preciso ressaltar de Wes Craven, é que dessa vez, depois de ‘Pânico 2’ e ’Pânico 3’, o verdadeiro assassino não está tão na cara como os outros ainda mais que ele consegue nos enganar quando surge uma ideia durante a trama que o assassino está fazendo uma espécie de remake nas mortes, e é aí que somos enganados na tentativa de descobrir quem é o verdadeiro Ghostface.

Definitivamente Wes Craven é um mestre do assunto, e 'Pânico 4' pode até não ser um dos melhores filmes de horror dos últimos anos, mas com certeza é um dos melhores onde a violência gráfica e explícita cede lugar para um divertido, criativo e eficiente trabalho sobre os caminhos que a juventude, o cinema e a mídia estão trilhando.

Recomendo!


Nota: 7
Download:
‘Pânico 4’



Título original: (Scream 4)
Lançamento: 2011 (EUA)
Direção: Wes Craven
Roteiro: Kevin Williamson
Produção: Wes Craven, Kevin Williamson e Iya Labunka
Duração: 111 min.
Gênero: Terror
Estúdio: Dimension Films Midnight Entertainment Outerbanks Entertainment
Distribuidora: Dimension Films (EUA) / Imagem Filmes (Brasil)


Elenco:

Neve Campbell (Sidney Prescott)
Courteney Cox (Gale Weathers-Riley)
David Arquette (Xerife 'Dewey' Riley)
Hayden Panettiere (Kirby Reed)
Emma Roberts (Jill Kessler)
Aimee Teegarden (Jenny Randall)
Anna Paquin (Rachel)
Kristen Bell (Chloe)
Anthony Anderson (Policial Perkins)
Alison Brie (Rebecca Walters)
Heather Graham (Casey em cena do filme)
Marley Shelton (Judy Hicks)
Mary McDonnell (Sra. Kessler)
Rory Culkin (Charlie Walker)
Adam Brody (Policial Hoss)
Marley Shelton (Policial Judy Hicks)
Erik Knudsen (Robbie Mercer)
Nico Tortorella (Trevor Sheldon)
Erica Hubbard (Bette)
Marielle Jaffe (Olivia Morris)
Brittany Robertson (Marnie Cooper)
Shenae Grimes (Trudie)
Lucy Hale (Sherrie)
Dane Farwell (Ghostface)
Roger Jackson (Voz do Ghostface)


Curiosidades

- Apesar de 'Pânico' ter sido criado originalmente como uma trilogia, os rumores de um quarto filme duraram anos até que, em 2008, foi oficializada sua criação. O quarto filme chegará 15 anos depois do primeiro;

- Precedido por 'Pânico' (1996), 'Pânico 2' (1997) e 'Pânico 3' (2000);

- Os atores David Arquette e Courteney Cox, casados na vida real, só assinaram sua participação em julho de 2009;

- Neve Campbell só confirmou seu retorno como Sidney Prescott em setembro de 2009;

- A entrada de Wes Craven para o projeto só foi acertada em março de 2010;

- Ele aparece em uma pequena ponta no filme;

- O rascunho do primeiro roteiro foi entregue somente em fevereiro de 2010;

- A atriz Lake Bell deixou o elenco em cima da hora, por causa de conflitos de agenda com outra produção;

- A atriz Lauren Graham que faria a Sra. Kessler teve que abandonar o papel porque sua agenda estava comprometida com a série 'Parenthood' da NBC;

- Com todos estes "imprevistos", o filme, que seria lançado em dezembro de 2010, teve a data de estreia prevista para 15 de abril de 2011;

- A atriz Scout Taylor-Compton (Halloween 2) fez teste para participar do filmem mas não foi aproveitada;

- A atriz Ashley Greene, da saga 'Crepúsculo', foi cotada para o papel de Jill Kesler, mas o perdeu para Emma Roberts.

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